Pais autorizaram exames e foi colhido o material orgânico de alguns alunos. Houve equívoco na contabilização de vítimas; número inicial era de 168 pessoas.

Alunos do Colégio Militar fazem novos exames após suspeita de norovírus; hospital fala em 74 casos
Centenas de alunos do Colégio Militar de Campo Grande foram parar no pronto socorro após passarem mal. / Foto: Fernando da Mata/G1 MS

Uma nova suspeita de infecção por norovírus em alunos do Colégio Militar, em Campo Grande, fez com que alunos passassem por mais exames. Segundo a assessoria de comunicação, foi pedida a autorização de alguns pais e o procedimento foi realizado entre segunda e terça-feira (11). Além disto, houve um equívoco na contabilização dos pacientes e apenas 74 casos foram confirmados.

O número inicial era de 168 vítimas, com sintomas de rotavírus ou intoxicação alimentar.

"Alguns alunos, além do exame de sangue, também fizeram exames de fezes.

Houve também a análise da água e sobra do recheio, do alimento que foi servido logo após o desfile. A previsão dos testes, feitos com o apoio da vigilância sanitária e secretaria de saúde municipal, possuem o prazo de 30 dias", afirmou ao G1 o major Bruno Magalhães, do setor de comunicação do Colégio Militar.

Ainda conforme Magalhães, foi feito um levantamento incorreto e o número real de casos, do relatório emitido por volta das 22h dessa terça-feira, apontou 74 casos, sendo 66 de alunos e 8 de militares. "O hospital pegou o número de pacientes internados no final de semana, com idade coerente dos alunos. No entanto, foi somente quando pegamos os questionamentos enviados aos pais, verificando os sintomas, é que foi apontado o número real dos casos suspeitos", explicou.

Com relação à rotina do colégio, o setor de comunicação ressalta que o efetivo está "praticamente normal" e seguindo a alimentação feita pela nutricionista.

Sintomas
 
A mãe de um jovem de 18 anos, que participou do desfile do último dia 7 de setembro, na região central de Campo Grande, diz que o estudante passou mal logo após "comer uma esfirra e tomar água".
"Ele ficou em casa deitado a tarde toda e chegamos no hospital por volta das 21h.

Nós ficamos até o início da madrugada e o médico disse que já era o terceiro caso.

Depois, é que fomos saber do grande número de alunos com os mesmos sintomas. Meu filho falou que sentiu um gosto estranho e então eu suspeitei na hora de intoxicação alimentar e até insisti ao médico para dar antibiótico para ele. No entanto, eles falaram da suspeita de rotavírus e então estamos aguardando para saber o que realmente aconteceu", comentou Regina Medeiros Bortoluzzi, de 48 anos.

Entenda o caso
 
Os alunos deram entrada na emergência do Hospital Militar (HMilACG) apresentando sintomas de vômito, diarreia e dor de cabeça, entre os dias 7 e 8 de setembro.

Na ocasião, uma aluna da instituição, de 17 anos, que não quer ser identificada, conta que começou a passar mal logo após o desfile cívico. A garota, que ainda não está totalmente recuperada, disse que teve 38.9 graus de febre, diarreia e ânsia de vômito.

O colégio comentou que, somente após as análises laboratoriais, é que será possível indicar a causa da possível contaminação.