A crise institucional que o governo Lula tenta evitar está sendo alimentada dentro do próprio Supremo Tribunal Federal.
O ministro Alexandre de Moraes, hoje a figura mais politicamente ativa da Corte, mantém forte resistência ao nome de Jorge Messias, escolhido pelo presidente para ocupar a vaga deixada por Luís Roberto Barroso. A articulação contra o indicado, porém, não está restrita ao Judiciário: ganhou corpo no Senado e irritou profundamente Davi Alcolumbre (União-AP), que comanda pessoalmente a ofensiva para rejeitar Messias no plenário.
Parlamentares e integrantes da cúpula do governo afirmam que as movimentações de Alcolumbre têm o apoio silencioso — mas determinante — de Moraes. O ministro, questionado diretamente e por via da assessoria, não respondeu, aumentando a percepção de que trabalha nos bastidores para inviabilizar a posse do aliado de Lula.
Dentro do STF, o isolamento de Moraes ficou evidente. Ministros que antes ventilavam nomes alternativos mudaram repentinamente de postura após a indicação oficial. Gilmar Mendes passou a elogiar Messias, enquanto André Mendonça defende abertamente sua aprovação, destacando a necessidade de pacificação institucional. Com isso, a barreira ao nome do advogado-geral da União se restringiu praticamente a um único gabinete: o de Moraes.
A tensão aumenta à medida que cresce o risco de um fato histórico. Caso Messias seja rejeitado, o Senado promoverá a primeira recusa formal de um indicado ao STF em 131 anos — desde 1894, quando a crise da República Velha levou à rejeição de cinco nomes enviados por Floriano Peixoto. A avaliação geral em Brasília é que uma derrota agora detonaria uma guerra aberta entre Executivo e Legislativo, colocando Lula em posição vulnerável e fortalecendo setores do Judiciário hoje acusados de politização.
Enquanto o Planalto pressiona por votos e tenta conter danos, Alcolumbre e seus aliados seguem firmes em sua articulação, sustentando que Messias não possui apoio suficiente e que sua rejeição seria “um recado institucional”. Nos bastidores, porém, a leitura predominante é que o impasse virou palco de uma disputa de poder: Lula tenta consolidar influência no Supremo, enquanto Moraes e setores do Senado atuam para barrar a expansão do domínio petista sobre a Corte.
A semana promete novos capítulos e a instabilidade que Lula mais teme já saiu do controle.











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