O setor produtivo rejeita qualquer nome do clã Bolsonaro para concorrer à Presidência ou à Vice-Presidência da República em decorrência da alta rejeição

Agronegócio de MS e nacional quer o nome de Tereza como pré-candidata a vice-presidente da República
A senadora sul-mato-grossense Tereza Cristina (PP) é a vice dos sonhos do agronegócio / Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

O nome da senadora sul-mato-grossense Tereza Cristina, líder do PP no Senado, voltou a ser apontado pelos representantes do agronegócio estadual e nacional para ser a pré-candidata a vice-presidente da República da direita nas eleições gerais do próximo ano.

A parlamentar é a única unanimidade entre o setor produtivo de Mato Grosso do Sul e brasileiro, enquanto o nome para ser o pré-candidato a presidente da República pela direita pode ser qualquer um entre os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), e do Paraná, Ratinho Júnior (PSD).

No entanto, para o agronegócio, a chapa dos sonhos seria com um desses quatro nomes, tendo como vice a ex-ministra da Agricultura e Pecuária do governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). 

Além disso, com a inelegibilidade dele até 2060 e o início do cumprimento da pena de 27 anos e 3 meses de prisão, o setor descarta categoricamente qualquer nome do clã Bolsonaro, pois não há espaço para alguém da família de Bolsonaro sair como candidato por causa da rejeição muito forte.

Representantes do agronegócio acreditam que, apesar do capital político de Bolsonaro, ninguém da família dele deverá enfrentar nas urnas o atual presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pois será uma derrota certa.

Entretanto, eles destacam que a possibilidade de exclusão do ex-presidente do processo eleitoral já era esperada e, portanto, não precisa que o pré-candidato da direita seja alguém da família dele, basta apenas ter o seu apoio.

O caminho natural seria Bolsonaro usar seu capital político para manter o bolsonarismo vivo e ter um candidato da direita, mesmo que o nome não seja consenso entre os filhos e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro (PL).

Sobre o receio da possível reeleição de Lula, o agro explica que o motivo é a falta de diálogo, pouco apoio financeiro, tanto nos recursos do Plano Safra quanto no seguro aos agricultores, além de ter críticas ao PT por conta do apoio ao Movimento dos Trabalhadores Rurais sem Terra (MST).

REPERCUSSÃO
O presidente da Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), Marcelo Bertoni, voltou a reforçar que a senadora Tereza Cristina é unanimidade para ser a pré-candidata a vice-presidente da República para o setor do agronegócio. 

“A nossa senadora é um ótimo nome para representar o agronegócio nas próximas eleições presidenciais”, disse. Já o presidente da Associação Sul-Mato-Grossense dos Criadores de Nelore (Nelore-MS), Paulo César de Matos Oliveira, completou que não há nome melhor do que o da senadora Tereza Cristina para ser a vice de qualquer um dos quatro nomes citados.

“Ela já representa como ninguém nosso Mato Grosso do Sul. O nome dela é fantástico, pois tem uma relação com o agronegócio há muitos anos. Será uma excelente vice-presidente, caso seja eleita”, assegurou.

O presidente da Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul), Guilherme Bumlai, também entende que a senadora sul-mato-grossense Tereza Cristina reúne todas as credenciais de uma legítima representante do setor agropecuário. 

“Como produtora rural, entende as necessidades do setor. Como senadora da República, tem desempenhado um papel estratégico na defesa de importantes pautas para o desenvolvimento da economia e do agronegócio”, completou.

O produtor rural acrescentou ainda que, como gestora pública, Tereza Cristina ocupou cargos de relevância, entre eles o de ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

“Ela atuou para que os nossos produtos fossem reconhecidos lá fora e o País conquistou mercados fundamentais para a sustentação da balança comercial brasileira”, recordou.

A senadora Tereza Cristina foi procurada pela reportagem, porém, como está em viagem internacional, não deu retorno até o fechamento da matéria.