Adolescente será ouvida em setembro em ação sobre exploração sexual
Alceu Bueno e advogados

Uma das menores envolvidas no esquema de aliciamento, exploração sexual e extorsão que culminou no indiciamento dos ex-vereadores Alceu Bueno (sem partido) e Robson Martins e o ex-deputado Sérgio Assis, irá prestar depoimento em Coxim no dia 22 de setembro às 13h30 a pedido da juíza de direito da Vara Criminal da Infância e Juventude da comarca da cidade , Tatiana Dias de Oliveira Said. A mãe da garota também foi intimada.

A primeira audiência sobre o caso ocorreu no último dia 28 em Campo Grande e contou com a presença de somente uma das meninas aliciadas que contou sua versão da história na ocasião. Os réus estiveram presentes, mas foram retirados da sala enquanto a adolescente contava a história. O juiz Marcelo Ivo de Oliveira ouviu, ainda, policiais, conselheiros tutelares, a mãe da vítima e a psicóloga responsável pelo caso.

Agora as versões colhidas em Coxim, por meio de carta precatória, serão anexadas ao que já foi dito no dia 28. Na hipótese de as testemunhas não comparecerem sem motivo justificado, serão conduzidas pelo Oficial de Justiça respondendo pelas despesas do eventual adiamento e ainda processadas pelo crime de desobediência e condenadas ao pagamento de multas.

De acordo com o promotor 69ª Promotoria Criminal de Justiça de Campo Grande, Fernando Martins Zaupa, o depoimento da primeira adolescente trouxe riqueza de detalhes sobre o funcionamento e objetivo final do esquema. Ele explicou que as meninas foram induzidas à prostituição com a promessa de 'vida fácil'.

Para isso, elas tinham que 'seduzir' os alvos, manterem relações sexuais com eles enquanto tudo era gravado para extorqui-los depois. Tudo foi orquestrado pelos empresários Luciano Pageu e Fabiano Viana Otero, com auxílio de Martins. O dinheiro do programa era divido entre eles e as adolescentes. Elas também ganharam roupas.

Caso - Robson Leiria Martins foi preso no dia 17 de abril ao ser flagrado no estacionamento de um supermercado extorquindo R$ 15 mil de Bueno. O dinheiro seria para impedir a divulgação de vídeos nos quais Alceu aparecia praticando sexo com adolescentes.

O material seria parte de um esquema de exploração sexual das jovens, que registravam os encontros com figuras públicas em câmeras escondidas, para extorqui-los depois. Após a revelação do caso, que chegou ao conhecimento da polícia, Bueno renunciou ao cargo de vereador. Na época, Martins, Pageu e Fabiano foram presos.