A informação inicial era de um homicídio, mas quando a polícia chegou ao local do crime, percebeu que a casa estava revirada e alguns pertences do idoso não foram encontrados, fatores que indicaram um possível latrocínio.

Adolescente arquitetou crime para subtrair patrimônio e matar idoso, afirma polícia
Delegado Erasmo Cubas e delegada Thays durante coletiva de imprensa. / Foto: Osvaldo Duarte/Dourados News

Durante coletiva de imprensa realizada na manhã desta segunda-feira (29/4), a Polícia Civil de Dourados revelou novos detalhes sobre o assassinato do idoso José Alves da Silva, de 80 anos, encontrado morto em um sítio na Vila Sapé.

O delegado chefe do SIG, Erasmo Cubas, e a delegada plantonista da Depac, Thays Bessa, apresentaram informações sobre a dinâmica do crime e a ação da polícia que levou à prisão do grupo de quatro pessoas apontado como os autores da morte de José.

Segundo Cubas, a informação inicial era de um homicídio, mas quando a polícia chegou ao local do crime, percebeu que a casa estava revirada e alguns pertences do idoso não foram encontrados, fatores que indicaram um possível latrocínio. Além disso, rastros de um veículo foram identificados nas proximidades, sugerindo uma possível rota de fuga dos criminosos.

Uma das testemunhas revelou que o idoso estava mantendo um relacionamento com uma adolescente, o que levantou suspeitas sobre a motivação do crime. Seguindo essa linha de investigação, a polícia foi até a casa do pai da menor e recebeu informações sobre o paradeiro dos suspeitos, em seguida localizou grupo em uma propriedade rural a cerca de 50 quilômetros do local do crime. Ao chegarem lá, os policiais encontraram o grupo 'churrasqueando' e também localizaram a arma utilizada no crime escondida em um milharal. 

Conforme a delegada, os envolvidos no crime compraram a carne e a bebida do churrasco com o dinheiro subtraído da vítima. “Isso demostra a frieza dos autores e também dos menores apreendidos”, afirmou Thays.

De acordo com Cubas, para a polícia está claro que a menor desejava a morte de José Alves e também a subtração do patrimônio dele. Os depoimentos nas oitivas apontam que foi ela quem arquitetou o plano e convidou os demais para a execução. Na noite do crime, Lucinéia, irmã da adolescente, ficou encarregada de seduzir e dopar o idoso. Ela admitiu ter tirado a roupa para prender a atenção do homem, colocou remédios em sua bebida e retirou dinheiro do bolso dele.

Enquanto isso, a menor foi até o quarto, furtou a espingarda e entregou para o namorado de 16 anos executar o crime. A polícia apurou ainda que existe um parentesco distante entre a vítima e as mulheres, e que o pai delas frequentava a casa do idoso. Conforme informações da delegada Thays Bessa, o possível relacionamento da menor com o idoso ainda está sob investigação. Segundo a delegada, há suspeitas de que o próprio pai da menor seria o aliciador para que a adolescente mantivesse relações sexuais com o idoso.

Há também informações de testemunhas de que constantemente o idoso presenteava a garota. Durante os depoimentos, a menor disse que estava sofrendo ameaças e pressionamento por parte do idoso. O inquérito ainda não foi concluído e os autores estão presos na cela da Depac, onde aguardam pela Audiência de Custódia.