Zerado, judô recua na projeção de medalha; Rafaela é aposta de pódio
Após início ruim do judô nos Jogos, expectativa por pódio de outros atletas aumenta. Rafaela Silva luta nesta segunda-feira / Foto: Marcio Rodrigues/MPIX/CBJ

O esporte que mais rendeu medalhas ao Brasil na história dos Jogos Olímpicos, 19 ao todo, passou zerado pelos dois primeiros dias de competição na Rio 2016. Até aqui, quatro dos 14 atletas da equipe de judô do Brasil competiram, mas não foram ao pódio. No feminino, lutaram Sarah Menezes (48kg) e Érika Miranda (52kg). No masculino, Felipe Kitadai (60kg) e Charles Chibana (66kg). Érika foi a que chegou mais longe. Neste domingo, disputou a medalha de bronze, mas perdeu para a japonesa Misato Nakamura, que é tricampeã mundial.

O início ruim de campanha fez a Confederação Brasileira de Judô (CBJ) recuar na projeção de medalhas. A meta para o Rio era superar a marcar conquistada em Londres 2012 quantitativamente ou qualitativamente. Há quatro anos, o Brasil ficou com um ouro e três bronzes na modalidade. Agora, uma repetição do desempenho já seria considerada satisfatória.

- Cada vez que a gente não conquista uma medalha fica mais difícil de alcançar. Mas ficar difícil deixa mais prazeroso. Faz parte da competição, do jogo. Estamos acreditando que a gente ainda possa igualar ou superar Londres. As categorias da Sarah, do Kitadai e da Érika eram consideradas fortes para conquistas de medalha, já que eles fizeram um bom ciclo olímpico. A Érika foi a mais regular dos três, subiu ao pódio em todos os campeonatos mundiais que disputou. Se a medalha tivesse saído, caminharia dentro do que a gente espera - afirmou o gestor de alto rendimento da CBJ, Ney Wilson. 

O desempenho ruim até aqui levanta uma questão: a falta de medalhas faz aumentar a pressão sobre os judocas que ainda competirão na Arena Carioca 2? A resposta do gestor de desempenho é negativa. De acordo com Ney Wilson, alguns atletas sequer estão assistindo às lutas dos companheiros.

- Estamos confiantes. É uma equipe com muita munição. Coragem é a palavra, eles têm que arriscar, querer mais do que o outro. A mensagem é ter coragem. A gente tem trabalhado a pressão sobre eles antecipadamente. Estão preparados para vencer. O sentimento nesse momento, e quem nos acompanha sente, é de que não tem sido justo.
 

Rafaela Silva é a aposta de primeiro pódio do judô no Rio

Nesta segunda-feira, a esperança de conquista de medalha se renova. E ganha um novo nome: Rafaela Silva. Aos 24 anos, a atleta da categoria até 57kg, campeã mundial em 2013, chega à segunda Olimpíada da carreira. A CBJ tem nela um dos expoentes da atual seleção brasileira. 

Dona de um talento nato, Rafaela chegou ao topo do mundo há três anos, mas passou a não se dedicar muitos aos treinos e caiu de rendimento nas temporadas seguintes. As eliminações precoces nos dois últimos Mundiais (2014 e 2015) foram um sinal de alerta e fizeram com que ela percebesse que precisaria ralar muito mais no dia a dia caso quisesse ser medalhista olímpica. Quem convive com a peso-leve  diz que ela se transformou em uma atleta mais profissional, nunca treinou com tanta dedicação e vive uma fase técnica excelente.

No masculino, o Brasil será representado por Alex Pombo. Ele também lutará nesta segunda-feira, na categoria até 73kg. Pombo estreia em Olimpíada e não aparece entre os favoritos. As provas na Arena Carioca 2, no Parque Olímpico, começam às 10h.