Local ficou completamente destruído pelas chamas, que foram controladas pelo Corpo de Bombeiros na madrugada de domingo

Vizinhos relatam momentos de pânico durante incêndio em depósito

Moradores da região em torno do depósito de recicláveis da rua Fraiburgo, na Cidade Morena – região sul de Campo Grande – relataram momentos de pânico entre a noite de sábado (16) e a madrugada deste domingo. Todos preferem não se identificar.

Uma senhora de 75 anos mora na rua Jaguariúna, dividindo muro com o depósito atingido pelas chamas. Ela diz que o local tem vários freezers e já pediu várias vezes para o dono do depósito limpar o matagal e podar as árvores que passam pelo quintal dela, mas não foi atendida. Assim, quem faz o serviço é o filho dela.

A proprietária da casa aluga uma edícula nos fundos. A inquilina não estava em Campo Grande no momento e os filhos da senhora precisaram arrombar a porta para retirar botijão de gás, fogão e outros pertences para escapar das chamas. A senhora de 75 anos diz que nunca havia passado por isso e temeu pelo pior.

“Foi cena de filme. E se eu estivesse dormindo? Meu sono é muito pesado. Se o fogo tivesse passado teria morrido dormindo”, diz.

Um senhor de 86 anos mora há mais de 20 anos com a filha na rua Firminópolis, paralela a Fraiburgo. Eles tiveram que deixar a residência durante o incêndio. Segundo o idoso, o Corpo de Bombeiros trabalhou rapidamente, cortando árvores e quebrando paredes na tentativa de controlar o incêndio. O senhor disse ter presenciado um dos bombeiros recebendo atendimento depois de passar mal durante o trabalho.

Uma outra vizinha, de 66 anos, conta que mora no local há mais de 30 anos e nunca teve problemas com os donos do depósito. Ele contou a reportagem que algumas pessoas estavam na conveniência ao lado do depósito e fogos de artifício e rojões teriam sido soltos durante à noite de sábado.

De acordo com essa vizinha, faíscas passaram por cima da casa dela ficando com temor de reviver um pesadelo ocorrido em 1992, quando uma casa de tábua pegou fogo. Procurado, o dono da conveniência negou que houvesse alguém soltando rojões. O rapaz disse apenas que obedeceu as ordens dos bombeiros de fechar o estabelecimento e respeitar o limite de segurança.

A mesma vizinha relatou ainda que em outra casa o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) precisou atender um senhor de 91 anos na rua Salmorão. Os filhos precisaram tirar ele do local e retirar os móveis da residência. O idoso foi encontrado hoje pela manhã enrolado por uma coberta.