Imagens compartilhadas pelo Cimi indicam fumaça e correria na aldeia

VÍDEO: Indígenas e policiais entram em conflito em aldeia de Caarapó
Imagens compartilhadas pelo Cimi indicam fumaça e correria na aldeia / Foto: Correria e fumaça na aldeia. (Reprodução, Redes Sociais)

Imagens compartilhadas nas redes sociais indicam um conflito entre indígenas e policiais do DOF (Departamento de Operações de Fronteira) na manhã desta terça-feira (23), em Porto Cambira, na Terra Indígena (TI) Dourados-Amambaipeguá III, em Caarapó, a 277 quilômetros de Campo Grande. Enquanto indígenas Guarani e Kaiowá denunciam tentativa de despejo ilegal durante a retomada, a polícia alega que houve investigação de crimes como tráfico de drogas e contrabando.

Pelas redes sociais, o Cimi (Conselho Indigenista Missionário) afirma que houve ataques e tentativa de despejo, sem mandado judicial, desde segunda-feira (22). “O DOF bloqueou todos os acessos à retomada e o pelotão composto por policiais militares da Tropa de Choque passou a atirar contra os indígenas. Ainda não é possível confirmar se há feridos, detidos ou se a comunidade se retirou da retomada”.

A Terra Indígena Dourados-Amambaipeguá III, localizada às margens do Rio Dourados, fica na divisa entre Dourados e Caarapó. A entidade afirma que a conclusão da demarcação da TI foi pactuada entre a Funai e o MPF (Ministério Público Federal) em um TAC (Termo de Ajustamento de Conduta) de 2007.

“A Funai restabeleceu o Grupo de Trabalho, responsável pelo Relatório Circunstanciado de Delimitação e Identificação (RCDI), neste ano. Em 2013, o GT então nomeado teve seu trabalho paralisado por questões administrativas, atrasando ainda mais o cumprimento do prazo pactuado pelo TAC.”

“Neste domingo (21), os Guarani e Kaiowá haviam retomado também a Fazenda Ipuitã, localizada dentro dos limites da Terra Indígena (TI) Guyraroká, em Caarapó. A área, declarada pela Funai como de ocupação tradicional, aguarda a conclusão do processo de homologação. Nesta segunda, a retomada sofreu um despejo ilegal executado pela Tropa de Choque da Polícia Militar”, diz a publicação.

O que diz o DOF
Em nota sobre o episódio, o DOF informou que em momento algum esteve envolvido em ataques contra indígenas ou em bloqueios de acessos às aldeias.

“As operações realizadas pelo DOF na região têm como objetivo primário a manutenção da segurança pública e o combate a atividades criminosas, como o tráfico de drogas e o contrabando, frequentemente praticados em rodovias como a MS-156.

A presença do DOF na área visa, portanto, coibir crimes que impactam diretamente a segurança de toda a população. É importante ressaltar que o DOF, como órgão de segurança pública, atua em estrita conformidade com a lei. O DOF não realiza ações fora da legalidade e segue rigorosamente os princípios que regem a atuação das forças de segurança em território nacional”.

Confira o vídeo: