VÍDEO: em Caravana da Saúde, Estado e Capital se únem contra Aedes aegypti

A SES (Secretaria de Estado de Saúde) e a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde Pública) uniram forças no combate contra o mosquito aedes aegypti, transmissor da tríplice epidemia, dengue, chikungunya e a zika vírus, doenças que desde janeiro deste ano foram responsáveis por 30.995 notificações em Campo Grande.

Os dados foram confirmados na manhã desta sexta-feira (13), durante mutirão realizado no Jardim Noroeste, situado na região leste da Capital, que apresentou com 1,06%, ou seja, o maior índice de infestação de acordo com o último Lira (Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypti), feito entre os dias 11 e 15 de abril de 2016.

De acordo com o secretário Estadual de Saúde, Nelson Tavares, sete mil residências e comércios serão visitados durante a ação que conta com a participação do Exército, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar, agentes comunitários de saúde e de combate à endemia. Ao todo são 600 pessoas trabalhando na prevenção e erradicação de focos do mosquito.

“Vamos esclarecer a população e fazer limpeza nas áreas necessárias. Estamos entrando em um período mais frio, que logo ficará mais seco, mas as pessoas não podem deixar de fazer a prevenção. É a hora de mantermos os trabalhos. Tivemos uma estabilidade, mas isso não é motivo de tranquilidade. Temos de ter inteligência para vencermos o mosquito”, ressalta.

Ivandro Fonseca, chefe da Sesau, também destaca a necessidade de manter os trabalhos. “Em Campo Grande nunca parou. Temos nosso cronograma de borrifações e não é porque os números de notificações diminuíram, que vamos deixar de fazer a lição de casa”, frisa.

Em uma das primeiras residências visitadas nesta manhã, no Jardim Noroeste, as equipes encontram resíduos que poderiam ser usados para a proliferação do mosquito. “Minha filha mudou pra cá recentemente. Ainda estamos limpando aqui. Tinha muito lixo, não terminamos, mas acho importante esse trabalho que está sendo feito”, declara o morador José Jerônimo, de 53 anos.

No quintal da casa, além de, resíduos foram encontrados baldes com água acumulada pela chuva. A agente de controle e combate à edemia, Jayne Cristina explica que o mosquito pode se proliferar em um período curto. “Basta sete dias e já é tempo suficiente para que a fêmea bote os ovos”, observa.

Uma das principais preocupações em relação ao combate do mosquito, são as residências abandonadas. O chefe da Sesau afirma que foi feito um mapeamento aéreo na Capital, no qual foram identificadas mais de 400 residências com piscinas e que estão abandonadas. “Vamos comunicar ao Ministério Público para que se instaure inquérito e se responsabilize os munícipes”, declara.

Fonseca observa ainda que os maiores índices de foco do aedes aegypti estão em bairros nobres da cidade. “O problema não é a região periférica, mas sim a central. Existem muitas residências abandonadas em bairros nobres e que estão comprometidas”, explica.

Desde o início do ano, segundo o secretário, foram aplicadas mais de cinco mil notificações de focos do mosquito. As incidências por conta da tríplice epidemia geraram superlotações nas unidades de saúde da Capital e 10 delas, tiveram de estender o horário de expediente, das 17 até as 21 horas, a fim desafogar as UPAs (Unidades de Pronto Atendimento).

Interior -

Nesta manhã o chefe da Sesau afirmou que com a redução das incidências das doenças transmitidas pelo mosquito, os atendimentos foram normalizados, no entanto, afirma que ainda há muito procura por conta da deficiência no interior.

“Temos ainda cerca de 30 ônibus que chegam todos os dias buscando atendimento porque falta estrutura no interior do Estado. Esse ainda é o nosso grande problema”, pontua.

Questionado sobre o controle e combate ao mosquito no interior do Estado, o chefe da SES, alega que a situação é igual em todas as regiões. “Infestação é ruim em todos os municípios e inclusive em Campo Grande. Temos de fazer um esforço e tentar sensibilizar a população para combater o mosquito”, defende.