Vice-prefeito de cidade de MS e outras 4 pessoas viram réus em processo por venda ilegal de lotes em terras para reforma agrária

Vice-prefeito de cidade de MS e outras 4 pessoas viram réus em processo por venda ilegal de lotes em terras para reforma agrária
Gleba da reforma agrária que ilegalmente estava sendo transformada em loteamento urbano em Nova Alvorada do Sul tinha várias construções sendo erguidas / Foto: Reprodução/TV Morena

O vice-prefeito de Nova Alvorada do Sul, Moizés Neres de Souza, e outras quatro pessoas viraram réus em processo da 2ª Vara da Justiça Federal de Dourados pela venda ilegal de lotes destinadas à reforma agrária no distrito Pana.

Além de Moizés Neres de Souza também são réus no processo: Jorge Fernandes Guimarães (ex-subprefeito do município), Rogério Casarotto, Fábio Mendes Fernandes e o vereador Luciano Dias da Rocha.

Após a denúncia ter sido acatada pela Justiça Federal, os cinco réus têm dez dias para apresentar defesa prévia. A reportagem falou com o advogado Joatan Loureiro, que representa Moizés Neres de Souza e Jorge Fernandes Guimarães. Ele disse que ainda não foi notificado sobre a ação.

A reportagem entrou em contato com o vereador Luciano Dias da Rocha, mas até a publicação da matéria não obteve retorno. Também tentou contato com Rogério Casarotto e Fábio Mendes Fernandes, mas eles não foram localizados.

Os cinco são acusados de participarem de um esquema que transformou em um loteamento urbano uma gleba com 14 alqueires, distribuída em 1999 para assentamentos do programa de reforma agrária.

A área fica às margens da MS-145 e o loteamento irregular já tinha até hotel, bar e igreja evangélica.

Os compradores assinavam um termo de compromisso para construir o mais rápido possível porque a intenção é ocupar rapidamente a região e criar um fato consumado. Assim, seria uma forma de obrigar as autoridades a legalizar o loteamento.

As negociações dos lotes não pararam mesmo depois da denúncia ao Ministério Público Federal (MPF), em 2012. Dois anos depois, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), realizou uma sindicância e comprovou que não houve a participação de nenhum servidor.

Todas as obras no loteamento estão interditadas até que a Justiça julgue um outro processo o de reintegração de posse movido pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).