Partido deve manter cautela nas manifestações ao longo da investigação

Vereadores do PT: Luiza Ribeiro e Landmark Rios. (Foto: Divulgação/CMCG)
Para os vereadores do PT em Campo Grande, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) tem apenas um destino a partir do julgamento no processo de tentativa de golpe de Estado que iniciou nesta terça-feira, 02/09: a condenação. Luiza Ribeiro e Landmark Rios consideram que a decisão da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal será um recado sobre a soberania do Brasil, especialmente aos norte-americanos.
“A questão mais relevante marcada no julgamento é a defesa da soberania brasileira. Um país como EUA está sendo movimentado para afrontar a corte brasileira e nos vamos ter um julgamento que vai marcar a independência e soberania brasileira’, destacou Luiza.
A parlamentar considera que Bolsonaro e os outros sete réus julgados com o ex-presidente cometeram ilícitos conscientes da gravidade dos atos antidemocráticos.
“Eles se condenam, pois quando pedem anistia é porque tem consciência que atuaram contra a Lei Brasileira e cometeram crimes”, disse Luiza Ribeiro.
Já o vereador Landmark defende que o judiciário está com provas e elementos suficientes para condenar o ex-presidente. “Nos não temos dúvidas da condenação. Todas as provas contra a soberania nacional. O golpe que eles planejaram. Não tenho dúvida dessa condenação. Os elementos são muito fortes”, disse o vereador.
PT cauteloso
A CNN Brasil revelou que a legenda de Lula deve manter-se cautelosa durante o julgamento. As manifestações serão contidas.
Mesmo tendo credenciado a TVPT para realizar uma transmissão com análises, comentários de juristas, parlamentares e jornalistas ligados à legenda, o partido não deve impetrar ofensiva coordenada nas redes sociais.
À emissora o presidente do PT, Edinho Silva, afirmou que “não é o caso de fazer pressão política no Judiciário”.
Ele afirmou que não participará como comentarista da transmissão da tv institucional do partido, optando por acompanhar o julgamento pela internet.
O vice-líder do governo, Rogério Correia, afirmou que deve ocorrer mobilização mais natural por parte da base progressista. Os correligionários estão liberados para fazer postagens nas redes sociais X e Instagram, mas sem uma estratégia unificada do partido.
Bolsonaro entre os réus
Jair Bolsonaro, 38° presidente da República do Brasil, enfrenta a partir desta terça-feira, 02/09, o julgamento da 1ª Turma do STF.
Ele e outros sete acusados nos atos antidemocráticos do 8 de janeiro de 2023 serão julgados pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.
Acompanhe AO VIVO: STF inicia julgamento de Bolsonaro e mais sete aliados
Somente o ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem, que, atualmente, é deputado federal, conseguiu benefício de suspensão de parte das acusações, respondendo, assim, a três dos cinco crimes. A regra é garantida na Constituição.
Ramagem continua respondendo pelos crimes de golpe de Estado, organização criminosa armada e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.
Além de Bolsonaro e Ramagem, integram o banco dos réus:
Almir Garnier – ex-comandante da Marinha;
Anderson Torres – ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal;
Augusto Heleno – ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional);
Paulo Sérgio Nogueira – ex-ministro da Defesa;
Walter Braga Netto – ex-ministro de Bolsonaro e candidato a vice na chapa de 2022;
Mauro Cid – ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
O julgamento pode levar para a prisão o ex-presidente da República e generais do Exército, pela acusação de golpe de Estado. A medida é inédita, desde a redemocratização do país.
A 1ª Turma é composta por Alexandre de Moraes, que é o relator do caso; Cristiano Zanin; Flávio Dino; Luiz Fux; e Cármen Lúcia. Foram reservadas cinco sessões para o julgamento, que ocorrerão nos dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro.
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