Depois que testes com produto britânico pararam, Coronavac pasou a ser nova aposta.

Vacina chinesa contra Covid-19 terá eficácia medida a partir de outubro
Vacina chinesa contra Covid-19 é nova aposta contra pandemia. / Foto: Freepik

Com a suspensão dos testes da vacina de Oxford contra Covid-19, a chinesa Coronavac tornou-se a principal aposta para imunizar a população contra a doença pandêmica. Em coletiva de imprensa, o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou que a fase 3 de testes no Brasil segue sem intercorrências e que a análise de eficácia deve começar em outubro.

“Havendo comprovação da eficácia, a vacina poderá ser registrada pela Anvisa e, em seguida, disponibilizada ao Ministério da Saúde. Em dezembro o Butantan terá 46 milhões de doses disponíveis para o Ministério da Saúde dar início ao programa de imunização. Entendo que esta é uma perspectiva realista”, disse Covas.

No decorrer de setembro, todos os 8.870 voluntários já terão tomado as duas doses do produto. Até agora, metade já foi vacinada em caráter experimental. 

A Sinovac Biotech (fabricante do imunizante) informou no começo da semana que os resultados das fases um e dois do ensaio clínico indicaram que a resposta imunológica é mais fraca entre os idosos, já que 98% dos voluntários realmente tiveram alguma proteção contra o novo coronavírus. Segundo informações da Agência de Fomento à Pesquisa de São Paulo (Fapesp), o grupo com pessoas acima de 60 anos tinha 421 pessoas.

“A notícia é muito boa, na verdade. Com uma dose intermediária, que é a que estamos usando no ensaio clínico de fase 3, 98% dos idosos desenvolveram anticorpos suficientes para neutralizar o vírus. Com uma dose mais alta o índice chegou a 99%. É um resultado superior a outras vacinas. A da influenza não chega a 90%, por exemplo”, comparou Covas.

O produto da Sinovac Biotech utiliza uma tecnologia já conhecida na fabricação de vacinas. A Coronavac é feita com vírus inativados, de modo a induzir o organismo a produzir uma resposta imune.

Já a de Oxford tem uma tecnologia recente, até então observada somente na vacina contra Ebola. Ela age no “spike” do coronavírus, que são aquelas estruturas em forma de tentáculos que ele tem (como é possível observar nas imagens computadorizadas divulgadas pela mídia).

Ao invés de pegar o vírus inteiro e injetá-lo no organismo, a imunização em análise leva o spike através de um vetor viral. Isso é apresentado ao organismo, que faz uma resposta imune com anticorpos protetores.

O produto britânico era considerado o mais promissor até um paciente do Reino Unido apresentar uma grave reação depois de tomar uma das doses, paralisando os estudos em todo o mundo até que se esclareça se o problema foi realmente causado pela vacina.