A matéria deve voltar à pauta da Comissão de Assuntos Sociais (CAS) na próxima semana.

Uso terapêutico da maconha tem votação adiada na CAS
Senadora Marta Suplicy argumenta que proposta de uso medicinal da Cannabis sativa tem como prioridade o cuidado com a saúde, pela possibilidade de mitigar o sofrimento humano. / Foto: Pedro França/Agência Senado

O senador Eduardo Amorim (PSDB-SE) pediu vista ao Projeto de Lei do Senado 514/2017, que libera o uso medicinal da maconha.

A matéria deve voltar à pauta da Comissão de Assuntos Sociais (CAS) na próxima semana.

Depois da CAS, o assunto será votado pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), de onde segue para votação em Plenário.

Se aprovado, será enviado para a Câmara dos Deputados.

Um pedido do senador Waldemir Moka (MDB-MS) — favorável à proposta — transformou o pedido de Amorim em vista coletiva.

O projeto relatado pela senadora Marta Suplicy (sem partido-SP) descriminaliza o semeio, o cultivo e a colheita de Cannabis sativa para uso terapêutico pessoal, em quantidade não maior que a suficiente ao tratamento segundo a prescrição médica.

Marta leu seu o relatório favorável à liberação. Depois pediu aos senadores que realmente votem na semana que vem, levando em conta o pedido de famílias e pacientes que reconhecem o benefício da Cannabis no tratamento médico de muitas enfermidades, como autismo, epilepsia, Alzheimer, Parkinson, nas dores crônicas e nas neuropatias.

O texto reforça que os tratamentos reduzem o sofrimento não só dos pacientes, mas também dos familiares.

Avanços científicos
No relatório, a senadora lembra que "o sistema canabinóides participa ativamente da regulação de funções cognitivas superiores (aprendizagem, memória), da resposta ao estresse e à dor, da regulação do sono, dos mecanismos de recompensa, da ingestão de alimentos, dos movimentos e do controle postural".

Além disso, a Cannabis "regula a função de numerosas ligações neuronais (sinapses) e tem função moduladora nos sistemas imunológico, cardiovascular, gastrintestinal e reprodutivo".

O substitutivo da senadora também altera a Lei de Antidrogas (Lei 11.343, de 2006) e passa a liberar o acesso à Cannabis para associações de pacientes ou familiares de pacientes criadas especificamente com esta finalidade.

No relatório lido nesta terça na CAS, Marta defende que o tema não pode ser relegado a uma discussão ideológica ou política.

Mais que tudo, é preciso que tenhamos empatia e nos coloquemos no lugar do outro. É assim que defendemos a verdadeira essência do cuidado em saúde, que é mitigar o sofrimento humano — aponta.