A reportagem apurou que a principal suspeita é de ligação com o assassinato de dois jovens, cujos corpos foram achados em cova rasa, no início da tarde de ontem (28).

Um dos dois presos mortos em Dourados é caarapoense
Viatura da Polícia Civil no semiaberto de Dourados, onde preso foi achado morto. / Foto: Adilson Domingos

Nas últimas 18 horas, dois presos ligados ao PCC (Primeiro Comando da Capital) foram encontrados mortos dentro de celas em Dourados. A reportagem apurou que a principal suspeita é de ligação com o assassinato de dois jovens, cujos corpos foram achados em cova rasa, no início da tarde de ontem (28).

Segundo policiais que investigam o duplo homicídio, José da Silva Câmara, 23, e Caio Henrique de Oliveira, 21, foram vítimas do chamado “tribunal do crime” após desentendimentos com integrante da facção. Entretanto, o julgamento teria ocorrido sem autorização da cúpula do PCC.

Os dois presos encontrados mortos teriam sido assassinados por terminação do comando da facção, mas o envolvimento deles com as mortes dos rapazes ainda não está claro. Os sete envolvidos no duplo homicídio presos ontem (cinco homens e duas mulheres), estão recolhidos em celas da 1ª Delegacia de Polícia.

PED – No final da tarde desta quarta-feira (28), o preso Edinaldo dos Santos da Silva, 31, foi encontrado enforcado na cela 40 do raio II da PED (Penitenciária Estadual de Dourados). O pavilhão é ocupado apenas por faccionados do PCC.

Policiais penais informaram a investigadores da Polícia Civil terem recebido denúncia de que um preso estava morto dentro do raio II. Os agentes fizeram então a contagem dos presos da cela 40 e descobriram que um estava faltando.

Após encontrarem o corpo de Edinaldo pendurado pelo pescoço, os agentes isolaram os demais presos para a cela 46 e acionaram a polícia judiciária. O caso foi registrado como “morte a esclarecer”.

Semiaberto – Na manhã desta quinta-feira, Amarildo Antoniel Souza Oliveira, 32, foi encontrado morto na cela 11, pavilhão B, do presídio semiaberto, que fica ao lado da PED.

Natural de Caarapó, ele cumpria pena por roubo. Existem suspeita de que Amarildo tenha morrido de overdose, após ser obrigado a consumir o coquetel de cocaína com água, conhecido nos presídios por “gatorade”.

A Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) informou que vai apurar internamente as circunstâncias das mortes nas unidades prisionais. A Polícia Civil também não confirmou, ainda, se existem indícios ligando essas mortes ao duplo homicídio.