Com o crime, conhecido como 'troca-troca', grupo conseguia trocar cartões e descobrir senhas das vítimas; líder fugiu. Prejuízo estimado é de R$ 50 mil.

Trio é preso suspeito de roubar idosos após oferecer ajuda para usar caixas eletrônicos
Trio é preso suspeito de simular ajuda para aplicar golpe e furtar clientes de banco / Foto: Sílvio Túlio/G1

Dois homens e uma mulher foram presos suspeitos de integrar um esquema para enganar e furtar correntistas, a maioria idosos, em Goiânia. Segundo a Policia Civil, eles fingiam ajudar os clientes. O golpe é conhecido como "troca-troca", pois a pessoa tinha o cartão alterado pelo criminoso, que depois conseguia sacar o dinheiro da conta. Até agora, foram identificadas 12 vítimas. O prejuízo estimado é de R$ 50 mil. O líder do grupo conseguiu fugir.

As detenções ocorreram na segunda-feira (21), em uma agência bancária do Setor Oeste. Foram detidos Cleiton de Almeida Sousa e Leandro Silva Rodrigues, ambos de 30 anos, além de Ana Paula Francisca de Lima, de 35. Com eles foi apreendido R$ 12 mil, fruto do saque na conta de uma das vítimas.

A delegada Mayana Rezende, responsável pelo caso, explicou que os criminosos, geralmente de outros estados, abordavam as vítimas sempre fora do horário do expediente bancário.

"Eles se aproximam das vítimas e ofereciam ajuda, pois sabem que os idosos às vezes tem dificuldades de operar o caixa eletrônico. Quando está ali, consegue trocar o cartão, entregar o de outra pessoa e decorar a senha porque percebe o correntista digitando", explica.

Quem realizava essa abordagem era José Roberto Cavalcante Ferreira, de 29 anos, considerado o idealizador do golpe. Paulista, ele ficou em Goiânia entre terça-feira (15) e sábado (19), exclusivamente para cometer o crime. Em seguida, ele conseguiu voltar para seu estado de origem. A delegada disse que vai pedir a prisão dele na Justiça.

Parceiros
 
José Roberto conseguia cooptar parceiros para atuar com ele, caso dos três presos. Com o cartão e a senha em mãos, ele fazia saques e transferências das contas das vítimas. Porém, o crime era ampliado.

Cleiton e Leandro eram agenciadores. Eles conseguiram chegar até Ana Paula, dona de uma distribuidora de bebidas, que também aceitou participar.

"Eles iam até o estabelecimento dela e passavam o cartão na máquina. Depois que o valor era creditado em sua conta, eles sacavam, ficavam com 20% para dividir entre os três e repassavam o restante para o José Roberto", pontua.

Das 12 vítimas, três já registraram o caso na delegacia. O golpe foi descoberto depois que alguns correntistas perceberam saques não autorizados em suas contas e acionaram o banco, que procurou a polícia.

Os suspeitos responderão por associação criminosa e furto qualificado. Se condenados podem pegar uma pena de até 11 anos.