Os desafios da nova tecnologia e da reforma trabalhista traçam o novo perfil do profissional para o mercado de trabalho.

 Trabalho x Emprego. Saiba como se adaptar ao novo mercado de trabalho

As previsões do relatório "The Future of Jobs", divulgado no Fórum Econômico Mundial em setembro, aponta que as máquinas desempenharão mais funções do que os seres humanos no mundo do trabalho. Hoje, 71% das horas de trabalho são realizadas por pessoas e 29% pelas máquinas. Segundo o relatório, até 2025, mais da metade das funções será automatizada. O estudo estima que 75 milhões de empregos sejam extintos com a automatização e surgirão 133 milhões de novos postos de trabalho adaptados à mudança tecnológica, um saldo positivo de 58 milhões de vagas.


Em julho a empresa de consultoria Michael Page também divulgou um estudo sobre a influência da nova tecnologia no mercado de trabalho. Segundo o relatório, a substituição total dos trabalhadores por robôs, não será rápida, de cada dez empregos, três deverão ser automatizados até 2030. O diretor executivo da consultoria, Ricardo Basaglia explica as razões pela morosidade desse processo.


"Apesar de já existir tecnologia para otimizar grande parte das ocupações no mundo, um número muito menor ocorrerá no curto prazo devido à velocidade de implementação e inserção dessas mudanças".

A reforma trabalhista é outro motivador de incerteza para o mercado de trabalho, conforme sinaliza o estudo apresentado pelo Centro de Estudos de Negócios do Insper divulgado no mês passado. A pesquisa foi direcionada ao cenário das Pequenas e Médias Empresas. Para 38,94% dos entrevistados, a reforma trouxe um impacto positivo nas contratações e demissões. Já para outros 49,39% não houve qualquer tipo de influência. Segundo o professor do Insper, Gino Olivares, responsável pelo estudo, os resultados serão percebidos em longo prazo.

"Seria ilusório pensar que a mudança traria uma alteração de forma rápida na contratação e demissão", ressalta Olivares.

É importante o profissional estar atento a esse momento de transição e se preparar para atender os impactos promovidos pela automatização e pela reforma trabalhista. Conforme orienta a especialista em Desenvolvimento Humano, Mônica Barg em entrevista concedida esse mês ao Portal PME NEWS.

"A tendência para as profissões do futuro é se ligar mais a temas do que atividades, dada a indefinição da estrutura mercadológica e empresarial. Podemos dizer que todos os temas ligados ao meio ambiente e sustentabilidade estarão em ampliação, além destes, qualidade de vida, logística e desenvolvimento humano são algumas das apostas "humanas" para o futuro robótico".

Segundo Barg, o novo mercado de trabalho será um divisor de águas na relação emprego x trabalho.

"Muitos profissionais têm grande dificuldade de identificar formas de trabalho que não seja o emprego "tradicional", como conhecemos, estamos no meio desta transição em que cada vez mais a atividade produtiva é que fará a construção da carreira e não somente o emprego. Com esta transformação, a Empregabilidade, ou seja, a capacidade de se manter empregável, talvez esteja mais próxima da trabalhabilidade, a capacidade de ser produtivo".