A partir de agora, os plantões contarão com apenas 50% do efetivo, em decisão válida para todos os setores do hospital.

Trabalhadores da Santa Casa entram em greve mesmo após proibição da Justiça
Trabalhadores usam faixas em protesto na frente do hospital. / Foto: Henrique Arakaki / Midiamax

Mesmo com determinação da Justiça que proibiu greve na Santa Casa, funcionários do hospital paralisaram as atividades na manhã desta quarta-feira (28). A partir de agora, os plantões contarão com apenas 50% do efetivo, em decisão válida para todos os setores do hospital, incluindo enfermagem, técnico em enfermagem, administrativo e limpeza. 

O Siems (Sindicato dos Trabalhadores na Área de Enfermagem do Estado de MS) alega que, até o momento, não houve notificação formal da liminar ssinado pelo desembargador federal do Trabalho, André Luiz Moraes de Oliveira, que estabeleceu multa diária de R$ 100 mil caso a greve seja feita. A ação na Justiça foi protocolada pela Prefeitura de Campo Grande. 

“A liminar que chegou hoje de manhã é uma cópia que barrava o movimento do dia 21, sobre a reivindicação do piso salarial, a de hoje, e sobre o impasse com a Santa Casa”, explica Sebastian Rojia, diretor-financeiro do sindicato.

Cerca de 50 trabalhadores estão na frente da Santa Casa com faixas e cartazes, em protesto a falta de avanço nas negociações salariais. A diretoria do Siems está reunida com representantes dos setores do hospital, para definir a escala de greve.

“Todo ano é uma greve diferente pelo mesmo motivo, o reajuste a categoria. Sempre somos desvalorizados e além de trabalhar mais, sofremos pressão psicológica para parar e não  lutar por nossos direitos”, comentou uma enfermeira que preferiu não ser identificada. 

Outra trabalhadora da mesma área afirmou que os manifestantes são pressionados dentro da unidade para desistirem da paralisação. “Existe a pressão de superiores, de médicos que falam que não temos que parar. Nós somos maioria, somos a mão do povo e sem enfermagem não há saúde”, pontua. 

A Santa Casa informou que respeita a posição dos trabalhadores e espera que o atendimento não seja comprometido. Informou ainda não ter condições de dar o reajuste de 10,6% pedido pelos trabalhadores porque depende da definição de contratos com o Município.