Terreno onde igreja foi construída era local de sexo e drogas
Olarte mostra local onde voluntários estariam ministrando cursos. / Foto: Graziela Rezende/G1 MS

Após a decisão judicial que suspendeu a reintegração de posse da igreja evangélica Assembleia de Deus Nova Aliança do Brasil (ADNA), o prefeito afastado de Campo Grande, Gilmar Olarte (PP), saiu em defesa do local e disse que o terreno, no bairro Coophamat, servia como ponto para usuários de drogas, vândalos, sexo e até um “corredor” de assaltantes.

“Quando nós fomos limpar o terreno, encontramos mais de 100 camisinhas espalhadas em meio a este matagal, além de ver com frequência usuários de drogas, vândalos e assaltantes. Eu residia próximo deste local e os moradores diziam que ali era um ponto frequente onde as pessoas eram roubadas”, afirmou ao G1 Olarte.

Em 2008, ele disse que recebeu o terreno de maneira legal e começou a construção da igreja, finalizada em 2009. “Nós respeitamos tudo aquilo que foi exigido e, desde então, realizamos ações sociais aqui. Temos a frequência de evangélicos, diáconos e outros voluntários que ministram cursos aqui, tanto de informática, como música, entre outros”, explicou.

Além das aulas, o pastor fez questão de ressaltar que obras para a construção de uma creche, o que inclui um refeitório, cozinha e outros ambientes estão em construção. Nós últimos 7 anos, grandes ações sociais que receberam mais de 10 mil pessoas também ocorreram.

“Todos estes arquivos de imagens foram entregues ao Tribunal de Justiça e eles sabem que aqui ocorria e ainda ocorrem grandes ações sociais. Forças policiais da prefeitura e estado ajudavam e tudo isso em prol da comunidade. Na nossa orquestra, por exemplo, cerca de 80 crianças e adultos se formaram aqui e hoje são profissionais”, comentou.

Para manter o local, Olarte ressaltou que os próprios membros da igreja são os mantenedores e que não há recurso público. “Os voluntários fazem um trabalho social com os próprios recursos e todos os tijolos e cimentos foram doados por eles”, finalizou.

O seu advogado, Jail Azambuja, comentou que a decisão não cabe recurso, porém haverá o julgamento do mérito. Posteriormente, a defesa pretende entrar com uma ação de indenização contra o município, por danos morais.

Lei é para todos
A assessoria de imprensa da prefeitura informou ao G1 que a ação de reintegração de posse não foi uma iniciativa do município e sim seguiu uma determinação do Ministério Público Estadual (MPE-MS). A adminstração municipal disse ainda que "está tranquila" e que a lei deve ser cumprida por todos.

Reintegração de posse
A Justiça suspende reintegração de posse da igreja durante o plantão desse feriado (26). No dia anterior, o juiz José Ale Netto, da 4ª Vara de Fazenda Pública e Registros Públicos, tinha concedido liminar em favor da prefeitura, que moveu ação. O oficial de Justiça chegou a ir até o endereço, mas adiou para a próxima semana.