Bebê foi afogada embaixo do chuveiro pela mãe.

‘Tentei exorcizar o demônio’, disse mãe em júri que matou bebê de 5 meses afogada em Campo Grande
/ Foto: Reprodução

Gabrielli Paes da Silva, 25 anos, foi a júri popular na manhã desta terça-feira (13), pela morte da filha, uma bebê de 5 meses, afogada embaixo do chuveiro em 2021. Na frente dos jurados, Gabrielli disse que ‘tentou exorcizar o demônio da filha’.

“Eu pensei que era um anjo, e na época eu achava que a Melany (bebê) estava possuída por um espírito maligno. Eu tentei exorcizar o demônio dela, debaixo daquela água. Eu fiquei muito tempo debaixo daquela água, expulsando, dançando, cantando.” , disse a mulher.

Gabrielli chegou a derrubar algumas lágrimas diante dos jurados afirmando achar que ela seria um anjo e que salvaria o mundo do demônio. “Eu acreditava que ela estava possuída pelo demônio, ela estava com o chip da besta”, disse no julgamento. 


 

“Eu só saí de lá (chuveiro), quando o vizinho desligou o registro de água, eu coloquei a roupinhas dela, subi para igreja, que estava fechada, aí voltei para casa da minha amiga”, disse durante seu depoimento no julgamento. 

Ela ainda disse que achava que as pessoas estavam presas em suas casas por demônios. “Foi mais por essa fantasia que eu desenvolvi na minha cabeça. Antes disso acontecer, eu vinha imaginando coisas, que as pessoas estavam presas nas suas casas por demônios, e que eu iria salvar a humanidade desses demônios.”, falou Gabrielli. 

Na época do crime foi dito sobre possível estupro contra a criança, mas o MPMS (Ministério Público Estadual) retirou a acusação. 

Prisão e ‘chip da besta’
A prisão em flagrante ocorreu, em junho de 2021, quando após a mulher sair para visitar amigas com o corpo do bebê, que completou 5 meses de vida no mesmo dia de sua morte. Após as amigas perceberem que a criança não se mexia, levaram-na para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Leblon, onde foi constatada a morte e as lesões na genital da criança.

Durante o depoimento, a mãe confessou o crime e detalhou alguns fatos que explicariam, a princípio, a suspeita de violência sexual: na oitiva, além de revelar a convicção de que um ‘chip da besta’ foi instalado na cabeça da menina durante uma vacinação, a mulher detalhou como a criança foi morta e disse, ainda, que nesperou que o bebê “acordasse novamente”.

Sobre o assassinato, a mulher contou que estava tudo bem no decorrer do dia, até que ela decidiu matar a criança, “pois sabia que ela estava com o chip da besta na cabeça”. Para a polícia, a mãe contou que soube disso quando a menina tinha dois meses, “pois viu o sinal da cruz no bairro Guanandi”.

Além disso, a mulher revelou que, para ela, tal ‘chip da besta’ foi colocado na cabeça da menina quando ela tomou as vacinas na maternidade. Com a “necessidade” de matar a bebê, a mulher contou que entrou no banho junto com a filha e colocou a cabeça do bebê no buraco da parede, onde saía água forte, matando a bebê afogada.

Também segundo a mulher, ao perceber que a menina perdia os sentidos, ela teria feito respiração boca-a-boca, mas “notou que não havia mais jeito”. Depois, a mãe ainda se deitou com a criança já sem vida, esperando que ela acordasse novamente, o que não aconteceu. Com isso, ela saiu com a filha de casa e foi encontrar uma amiga.

No encontro, a irmã da amiga percebeu que a criança estava sem vida e elas seguiram para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Leblon, onde foi constatado o óbito.