As principais artérias logísticas de Maracaju, as rodovias BR-267 e MS-162, estão sob a ameaça iminente de um bloqueio total.

Tensão Máxima em Maracaju: Acampados dão ultimato e ameaçam fechar BR-267 e MS-162 por tempo indeterminado
As principais artérias logísticas de Maracaju, as rodovias BR-267 e MS-162, estão sob a ameaça iminente de um bloqueio total. / Foto: Robertinho/MaracajuSpeed

O aviso, claro e direto, vem das lideranças do Acampamento Cachoeira, que deram um ultimato ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA): se uma solução para a Reforma Agrária não for apresentada ainda este mês, o tráfego nas duas importantes vias será interrompido como forma de protesto.

A decisão de paralisar as rodovias representa a escalada de um conflito que se arrasta há mais de uma década. As famílias, acampadas às margens da BR-267 (saída para Rio Brilhante), afirmam que a paciência se esgotou diante das promessas não cumpridas.

"Estamos firmes na decisão de fechar as rodovias se for necessário, se o INCRA não se manifestar ainda esse mês", declarou uma liderança do acampamento ao portal MaracajuSpeed, deixando claro que a ameaça não é um blefe. O fechamento afetaria diretamente o escoamento da produção e o transporte entre Maracaju, Rio Brilhante e Dourados, criando um grande impacto econômico e social na região.

"Ou o INCRA vem, ou vamos fechar as estradas"

A frustração é o motor do movimento, que já se manifesta com faixas e pneus na beira da estrada com os dizeres "Reforma Agrária Já!". O recado é um só: a inércia do poder público levará a uma ação drástica.

"Estamos aqui há muitos anos, esperando por justiça. O povo está cansado. Ou o INCRA vem, ou vamos fechar as estradas. A paciência acabou", afirmou um dos representantes, verbalizando o sentimento coletivo que agora se traduz na ameaça de bloqueio.

Mesmo com a iminência de uma medida tão severa, os manifestantes buscaram demonstrar responsabilidade. Os pneus usados no protesto foram furados para evitar o acúmulo de água, uma preocupação em meio à crise de dengue no município. Contudo, na última sexta-feira (13), uma operação da Polícia Militar e da Polícia Rodoviária Federal removeu os materiais da margem da rodovia, em uma ação justificada como prevenção à saúde, mas que também desmobiliza parte da estrutura de um eventual bloqueio.

O grupo reafirma seu compromisso com a luta pacífica, mas sublinha que o fechamento das estradas é a última ferramenta que lhes resta para serem ouvidos. "Não queremos atrapalhar o progresso, mas queremos fazer parte dele. Queremos trabalhar na terra, produzir, viver com dignidade", explicou outra liderança.

Agora, a região vive sob a tensão da contagem regressiva. A comunidade e o setor produtivo aguardam um posicionamento urgente do INCRA, não apenas para solucionar uma dívida histórica com os trabalhadores rurais, mas para evitar o caos logístico que o fechamento simultâneo da BR-267 e da MS-162 inevitavelmente causaria.