Teclar ao volante aumenta em quatro vezes o risco de acidente
/ Foto: Portal do Trânsito

A distração ao volante é uma das principais causas de acidentes de trânsito no Brasil, porém o uso do celular e toda a sua tecnologia só aumenta.

Apesar de não ser uma infração fácil de ser flagrada, ela já é a segunda mais cometida em diversos estados brasileiros.

“Acredito que seja a primeira, pois se você parar no semáforo e olhar para os lados, de cinco carros que estejam perto de você, pelo menos em três os motoristas estão usando o celular, seja para falar ou para teclar”, admite Elaine Sizilo, pedagoga, especialista em trânsito.

Conforme estatísticas, no Brasil, de cada dez mil pessoas que usam o celular enquanto dirigem apenas uma é flagrada.

Segundo estudos, dirigir falando ao celular equivale a dirigir depois de ter tomado quatro copos de cerveja.

Conversar no celular quando ao volante reduz a concentração de um motorista em até 37%, levando-o a cometer tipos de erros semelhantes aos ocorridos quando se dirige embriagado.

“No trânsito, um momento de distração pode ser fatal. Ao tirar os olhos e a concentração do trânsito, o motorista está colocando a sua vida e a dos demais em risco”, explica Sizilo.

Distância percorrida

De acordo com testes realizados com motoristas, ao desviar a visão do trânsito para desbloquear o celular por cinco segundos, estando a 50 km/h, o carro percorrerá cerca de 69m às cegas.

Ao fazer uma ligação, o condutor desvia a atenção por oito segundos, estando o veículo a 80 km/h, serão 177,7m percorridos às cegas.

Já escrever uma mensagem pode tirar a atenção do motorista por 24 segundos, se ele estiver a 70 km/h, serão 388m (equivalente a três campos de futebol) dirigindo sem saber o que está fazendo.

Em uma pesquisa realizada pelo Portal do Trânsito com 121 motoristas, mesmo sabendo dos riscos, 51% admitiram que usam o celular no trânsito. Para Dr. David Duarte Lima, professor da Universidade de Brasília (UnB) e doutor em Segurança de Trânsito, o cidadão precisa ser conscientizado.

“Aquele que fala ao celular ou envia mensagens enquanto dirige não é um bandido, é uma pessoa comum, um pai de família ou um trabalhador que precisa ser sensibilizado para ter atitudes corretas na direção de um veículo”, conclui.