Safra 2025/26 depende de chuvas em dezembro para atingir 178 milhões de toneladas.

 Soja brasileira pode bater recorde, mas clima segue como fator-chave
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O mercado da soja apresentou movimentação positiva em novembro na Bolsa de Chicago (CBOT), com alta de 8,4% sobre outubro, atingindo US$ 11,21/bushel. Segundo dados divulgados pelo Itaú BBA, esse avanço foi impulsionado principalmente pelas compras chinesas, que retomaram aquisições de soja americana.

No mercado interno, o preço teve comportamento distinto. Em Sorriso (MT), houve queda de 1,2% em novembro, com a saca cotada a R$ 118,50. Nos primeiros dias de dezembro, o valor caiu para R$ 117,00. O plantio, em fase final, tem sido marcado por chuvas irregulares, com destaque para o pico do La Niña neste mês, que deve favorecer o Centro-Norte e prejudicar o Sul.

Apesar dos desafios climáticos, a expectativa é que a safra brasileira de soja 2025/26 atinja recorde de 178 milhões de toneladas, sustentada por demanda interna e externa em crescimento. As projeções apontam para consumo doméstico de 64,2 milhões t e exportação de 112 milhões t. Mesmo com essa demanda, os estoques devem aumentar.

Internacionalmente, o USDA manteve as estimativas para os Estados Unidos, enquanto na Argentina foi anunciada a redução permanente das retenciones: 24% para soja e 22,5% para derivados.

Segundo o Itaú BBA, dezembro será decisivo para consolidar o potencial produtivo das lavouras brasileiras. O retorno das chuvas pode garantir boa formação de vagens e enchimento de grãos, reduzindo os riscos de perdas.

Caso os mapas climáticos se confirmem, o Brasil poderá manter a liderança global na produção e exportação de soja, mesmo com a instabilidade do clima ainda sendo um fator crítico.