Há poucos dias Pollon proferiu ofensas públicas ao presidente da Câmara em manifestação na Capital

Sob ameaça de suspensão de mandato, Pollon chora ao lembrar de presos por ataque ao STF
Há poucos dias Pollon proferiu ofensas públicas ao presidente da Câmara em manifestação na Capital / Foto: Marina Ramos/Câmara dos Deputados / Assessoria

O deputado federal Marcos Pollon, do PL-MS, chorou ao lembrar de condenados pelos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2022. Os ataques à sede dos Poderes, em Brasília, resultou em prisões, e segundo o parlamentar, ele teria encontrado presos em situação desumana.

Pollon enfrenta agora o risco iminente de ter o mandato suspenso após integrar grupo que obstruiu os trabalhos legislativos na Câmara Federal, no início desta semana. A situação do parlamentar fica ainda mais complexa em razão de mesmo após acordo entre líderes, ele e o deputado gaúcho Marcelo Van Hattem (PL-RS) terem resistido a entregar os acentos ao presidente Hugo Motta (Republicanos) e membros da mesa diretora da Casa Baixa.

Um pedido protocolado pelo PT, ao lado de PSB e PSOL, já formalizou a solicitação de punição aos parlamentares. O pedido inclui, além de Van Hattem e Pollon, os deputados Júlia Zanatta (PL-SC), Paulo Bilynskyj (PL-SP) e Zé Trovão (PL-SC).

Segundo o Jornal O GLOBO, o entorno do presidente vê na suspensão dos mandatos um recado ao parlamento de que a direção da Casa não aceitará novos bloqueios regimentais.

Ao Midiamax, a assessoria de Pollon negou qualquer notificação acerca de suspenção de mandato.

‘Baixinho de 1,60’
Além da resistência na tentativa de desobstrução da Mesa, Pollon também protagonizou ofensas ao presidente da Câmara no domingo, 3 de agosto, durante mobilização de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro em Campo Grande contra o ministro Alexandre de Moraes e favor da anistia aos condenados dos atos antidemocráticos.

Naquele episódio Pollon chamou o presidente da Câmara de “bosta” e “baixinho de um metro e sessenta”, afirmando que deputados favoráveis à anistia não tinham coragem suficiente para enfrentá-lo.

Ontem, 7 de agosto, durante reunião da Comissão de Segurança Pública e Combate ao Crime Organizado da Câmara, que discutia violações nos processos em curso no Supremo Tribunal Federal, Pollon chorou ao relembrar visita a detentos condenados pelo ministro Alexandre de Moraes.

“Uma mulher com idade para ser a minha irmã, dizendo que quando chegou o ciclo dela, não teve acesso a absorvente, ficou suja por mais de uma semana, foi espancada pela carcereira e quando ela estava chorando, com frio, molhada, deitada no chão, a carcereira foi até onde ela estava e falou: chama o mito para te salvar”, relatou.

Não volta atrás
Questionado sobre o risco de suspensão do mandato, o parlamentar não se posicionou diretamente. O Midiamax ainda perguntou se diante da pressão imposta ao presidente da Câmara para aplicação de sanções aos parlamentares que obstruíram a Casa de Leis nesta semana, Pollon manteria as ofensas proferidas contra Motta na manifestação bolsonarista do domingo, 3/08. 

“Mantive em todo o tempo um mandato respeitoso e colaborativo com todos, seguindo estritamente o decoro na esperança que meus pares teriam o mínimo de humanidade ao olhar para a realidade dessas pessoas. Infelizmente no Brasil palavras de baixo calão escandalizam mais que a tortura e o assassinato de inocentes”, respondeu o deputado.