Cleber de Souza Carvalho confessou os crimes em depomento gravado na Delegacia de Homicídios..
O pedreiro Cleber de Souza Carvalho, de 44 anos, que confessou sete assassinatos em Campo Grande entre 2015 e 2020, virou réu nesta semana por um destes crimes. Preso desde maio de 2020, ele vai responder pelo homicídio qualificado do primo, Flávio Pereira Cece, de 34 anos.
Esse é o quinto caso transformado em ação penal contra o pedreiro. O acusado admitiu as mortes em série em depoimento gravado na Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídio (DEH), no dia 2 de junho do ano passado.
Antes, havia relatado a policiais militares e ajudado, inclusive, na escavação para encontrar os restos mortais.
Além da cinco ações em andamento, outros dois inquéritos também já foram relatados, concluindo as investigações da polícia sobre os crimes. Enquanto aguarda o julgamento das ações que podem levá-lo a penas superiores a 200 anos de prisão, o serial killer está preso no Instituto Penal de Campo Grande (IPCG).
O início na própria família
Segundo a investigação, a primeira vítima do pedreiro foi um parente, o primo Flavio Pereira Cece, em 2015. Ele ficou desaparecido por mais de cinco anos e sua morte foi descoberta somente após a prisão do serial killer.
No dia 7 de maio, a esposa e a filha do pedreiro foram presas, depois da localização do corpo do comerciante José Leonel Ferreira dos Santos, de 61 anos, enterrado no quintal de sua própria casa, na Vila Nasser.
O depoimento das mulheres ao delegado Carlos Delano, titular da DEH, levou até o suspeito, que estava foragido.
A família estava vivendo na casa do homem assassinado, expediente que a investigação mostrou ser um padrão de acusado.
Os elementos encontrados nos locais de crime e os depoimentos colhidos revelaram dinâmica muito parecida para todos os assassinatos: as vítimas eram golpeadas, com cabos de ferramentas do trabalho na construção civil usadas pelo matador e, depois, ele se apossava de bens delas, de veículo a imóveis.
No caso do primo do acusado Flavio Cece, o bem era um terreno na Vila Planalto, oriundo de área de invasão, portanto, sem escritura, em que dividiam moradia vários membros da família, original de Corumbá.
De acordo com a investigação, o pai de Cleber tinha uma parte da área e o de Flavio outro pedaço. Quando ambos morreram, os primos continuaram por ali, em casas separadas, até que Flavio desapareceu. O sumiço sequer foi comunicado à Polícia Civil.
Fuga, captura e confissão
Somente veio à tona a morte quando o seril killer foi capturado. Já com mandado de prisão preventiva decretado pelo homicídio do comerciante José Leonel, ele confessou a policiais militares do Batalhão de Choque da Polícia Militar, responsáveis pela localização, outras quatro mortes.
Na sequência, uma operação montada para localizar os restos mortais pela DEH . Usou-se apoio do Corpo de Bombeiros, máquinas pesadas para escavação, além da ajuda do próprio acusado. Ele apontou com exatidão onde enterrou suas vítimas.
Foram dois dias, 15 de maio e 16 de maio do ano passado, para achar todas as vítimas enterradas.
Um ano e três meses depois, o pedreiro é réu por cinco das sete mortes e em breve o será pelos outros casos. Em geral, as denúncias são por homicídio qualificado por motivo torpe e recurso que dificultou a defesa da vítima, além de ocultação de cadáver.
Em relação à morte de José de Jesus Souza, de 45 anos foi acrescentado pela acusação do promotor Douglas Oldegardo dos Santos o crime de estelionato. O terreno do qual o réu tomou posse após matar o homem foi vendido a terceiro, traz o caderno investigatório, no qual há depoimento do comprador do direito de posse.
O juiz Aluizio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Júri, manteve a acusação. Foi protocolado, então, habeas corpus no segundo grau.
Nenhum julgamento foi marcado ainda. O primeiro, conforme previsão, está previsto para os próximos meses, ainda sem data, referente à vítima Timóteo Pontes Roman, de 61 anos.
Conforme o relato do próprio Cleber, o senhor de 62 anos foi vítima de golpe com pedaço de madeira na cabeça no dia 2 de maio, um dia após o episódio envolvendo o comerciante José Leonel. Nesse caso, a justificativa apresentada foi uma discussão entre os dois por uma dívida feita pela vítima em nome do assassino. O cadáver foi achado no poço da casa de Timóteo, na Vila Planalto.
O que diz a defesa
Quando começou a tramitar o primeiro processo, da morte do comerciante José Leonel, o então advogado de defesa do pedreiro, Jean Cabreira, tentou alegar insanidade mental do acusado, mas desistiu, depois do laudo psiquiátrico desmentir a teste. Pouco depois ele deixou o caso.
A esposa e a filha do pedreiro são acusadas em um inquérito em tramitação. Segundo a denúncia, elas sabiam do crime e até colaboraram com o acusado.











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