Sem experiência, ele pegou a moto escondido, diz amigo sobre militar

O militar Victor Hugo Garcia, 18 anos, que morreu ontem de manhã, 21, após bater de moto contra um muro, teria pego a moto sem autorização do dono e não tinha habilitação e nem experiência com o veículo. É o que revela Yan Lucas Carvalho Souza, 20 anos, proprietário da motocicleta Kawasaki 650, que lamenta a perda do amigo de infância no feriado de Tiradentes. 

O acidente aconteceu por volta das 6h30min de ontem próximo ao cruzamento da Marginal Lageado com a rua Francisco da Costa, na Cohab Universitária 2. Antes da colisão fatal, Victor Hugo teria perdido o senso da direção, tocado no meio fio e decolado alguns metros. Em seguida, vazou uma cerca de arame farpado e foi parar no muro cerca de 20 metros do primeiro impácto.

Yan Lucas contou que a moto é potente e responde bem quando dá uma “puxada” (acelerada mais forte). “Em curvas, dependendo da velocidade, é preciso deitá-la e ir controlando para não perder o senso da direção”, explicou ele, acrescentando que a rua onde aconteceu o acidente é muito perigosa.

Para Yan Lucas, que é estudante de direito na UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), as características do acidente apontam que o amigo não deveria estar a menos que 100 km/h. “Certo é que faltou experiência em pilotagem, pois ele não havia bebido muito na noite anterior”, revelou. Segundo ele, Victor Hugo não teria tomado mais que duas cervejas long neck. “Ele sempre bebia bastante, mas dessa vez não”, repetiu o amigo.

“Saímos da casa de shows por volta das 5h30min e, como um dos amigos passou mal por ter bebido demais, fomos deixá-lo na casa dele. Depois seguimos para minha casa”, relatou Yan Lucas. Enquanto o dono do carro foi deixar uma amiga na residência dela, Victor Hugo e mais dois amigos ficaram na casa de Yan.

Victor Hugo teria pedido ao amigo um cigarro. Como não tinha o produto em casa, Yan foi preparar o narguilé. Neste momento, Victor Hugo teria pego a chave e saído com a moto, que estava na varanda. “Como moro sozinho, a chave fica em lugar fácil. Mas não vi ele saindo. Apenas depois de quase uma hora percebi a ausência da moto”, comentou.