Na sexta-feira (26) fazenda em Terenos foi invadida. Grupo não descarta a possibilidade de ocupar outras propriedades caso não haja negociação.

Segunda fazenda é invadida por grupos sem-terra em 48 horas no Estado
Ocupação de sem-terra na fazenda Sonho Real em Terenos / Foto: divulgação/MAF

Pelo menos 150 famílias de trabalhadores rurais sem-terra ocuparam a Fazenda Santa Inêz na tarde de sábado (27) em Rio Brilhante, cidade a 163 km de Campo Grande. Eles fazem parte da FN (Força Nacional de Luta) e MAF (Movimento de Agricultura Familiar). A ocupação ocorre em protesto à paralisação das negociações sobre a reforma agrária em Mato Grosso do Sul.

Segundo Renato da Silva, coordenador da MAF e que está responsável pela ocupação em Rio Brilhante, pelo menos mais 150 famílias devem chegar neste domingo (28) no local.

A propriedade pertence ao empresário e pecuarista José Carlos Bumlai, amigo do ex-presidente Lula e que foi preso no ano passado pela Polícia Federal na Operação Lava Jato. Ele é acusado de ter recebido propina para mediar negócios com a Petrobras.

De acordo com o coordenador, eles estão acampados na frente da fazenda desde dezembro de 2015, mas neste fim de semana resolveram ocupar o local. A fazenda está sob a responsabilidade do Banco do Brasil e BNDES e eles querem fazer uma negociação da terra.

Existem hoje 24 mil cadastros pendentes no Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária), a espera de assentamento. As família pedem a presença de representantes do órgão e do MPF (Ministério Público Federal) para decidirem se deixam a área.

Ainda segundo Renato, representantes do Incra e de um dos bancos devem ir ao local amanhã por volta das 10 horas para tentar negociar. Ele não descarta a possibilidade de outras fazendas do estado serem invadidas se as reinvindicações não forem aceitas.

Na sexta-feira (26), cerca de 600 sem-terra dos mesmos movimentos também invadiram a fazenda Sonho Real, em Terenos que fica próxima da estrada Ponto do Grego, em Terenos – distante 28 quilômetros de Campo Grande. Segundo Hudson Cabal que faz parte da direção da MAF no local, eles permanecem no local até um posicionamento dos órgãos públicos.