Mato Grosso do Sul registra 13 mortes por dengue - 3 em Dourados - num universo de 31 mil casos suspeitos este ano e as autoridades alertam para o risco de epidemia. A informação é da Secretaria de Estado de Saúde.

O tempo chuvoso privilegia a proliferação do vetor, o mosquito Aedes aegypti que também transmite a chikungunya, zika vírus e febre amarela.

Os números assustam: são mais de 390 milhões de infectados pelo vírus, por ano. A escalada dos casos confirmados é determinante aos surtos e ao risco de uma pandemia no País. Segundo a Saúde, em MS, foram 9 mil casos em 2014 e 102 mil durante a epidemia de 2013.

De acordo com a superintendente estadual de Vigilância em Saúde, Ângela Cunha Castro Lopes, é preciso agir em conjunto para o controle da dengue que tem alta incidência em 67 municípios de Mato Grosso do Sul. A Secretaria Estadual alerta que uma mosquito fêmea infectada pelo vírus da dengue pode produzir mil ovos, sendo que eles resistem até 450 dias à espera de água para eclodir.

Vacina

Durante audiência promovida pela Assembleia, a empresa Sanofi Pasteur, apresentou a vacina contra a dengue, que desenvolveu após 20 anos de estudos e que aguarda liberação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para a comercialização do produto em 2016.

“A vacina foi testada em 40 mil indivíduos voluntários, de nove meses a 60 anos de idade, em 15 países e constatou 65,6% de eficácia e 81% a menos de encaminhamentos para internações. Isso representa uma economia, visto que o doente deixa de ir trabalhar, gasta com transporte para procurar médico, gasta para se tratar e representa também menos superlotação em hospitais, consequentemente mais gastos públicos em Saúde”, resumiu a diretora médica da Sanofi Pasteur, Sheila Homsani.

A empresa estima que os gastos com casos ambulatoriais somam R$ 1.2 bilhão por ano com dengue. O custo da vacina ainda não foi definido, mas foi prometido que ela será viabilizada tanto para a rede pública quanto para a rede privada e deve ser aplicada em três doses, com intervalos de seis meses entre cada uma.

Os pacientes voluntários que receberam as doses estão sendo acompanhados semanalmente até 2018 e ao todo 560 pessoas foram dedicadas à criação da vacina, que comprovou resultados para os quatro tipos de vírus da dengue existentes. A vacina é composta por estes quatro vírus atenuados combinados com a vacina da febre amarela. “Não descobrimos a solução total para doença, mas a contribuição. A dengue só deixará de existir quando todos conscientizarem que é necessário fazer sua parte no combate”, finalizou Sheila.

Dengue

Segundo o Ministério da Saúde, a dengue é transmitida pelo mosquito Aedes aegypti, ao picar o homem. A primeira manifestação da dengue é a febre alta (39° a 40°C) de início abrupto que geralmente dura de 2 a 7 dias, acompanhada de dor de cabeça, dores no corpo e articulações, prostração, fraqueza, dor atrás dos olhos, erupção e prurido cutâneo. Perda de peso, náuseas e vômitos são comuns. O tratamento deve ser indicado por um médico.

Estudos da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) ainda revelam que há um vetor secundário do vírus do dengue, o Aedes albopictus, também transmissor das outras três doenças.

A prevenção da proliferação do mosquito deve ser feita com: o descarte correto de lixos, em sacolas fechadas; evitar água parada em vasos de plantas, colocando areia; limpar a bandeja de ar condicionado; lacrar caixas d’água; remover sujeiras de calhas; lavar recipientes de águas de animais e trocar a água todos os dias; guardar pneus em locais cobertos, entre outros.