Secretaria Estadual de Saúde considera que há risco real de reintrodução do vírus no Estado, livre de sarampo desde 2020

Sarampo preocupa na fronteira e MS inclui dose zero da vacina para bebês de 6 a 11 meses
Secretaria Estadual de Saúde considera que há risco real de reintrodução do vírus no Estado, livre de sarampo desde 2020 / Foto: (Foto: divulgação, SES)

Crianças com idade entre 6 meses e 11 meses e 29 dias agora precisarão tomar a ‘dose zero’ da vacina contra sarampo. A medida, recomendada pelo Ministério da Saúde, visa combater a doença, que tem avançado em países vizinhos como Paraguai e Bolívia. Mato Grosso do Sul não registra casos de sarampo desde 2020.

A dose zero é uma proteção adicional, que não substitui as vacinas previstas no calendário de rotina (aos 12 e 15 meses) e não é contabilizada para a cobertura vacinal. A orientação do Ministério da Saúde se estende para outros 11 estados do Brasil, como Mato Grosso, Pará, Acre, São Paulo e Santa Catarina. Em MS, a indicação vale para todos os municípios do Estado.

“A inclusão da dose zero é uma estratégia fundamental para criar uma barreira imunológica antes mesmo da idade prevista no calendário de rotina. Isso nos dá mais segurança para proteger bebês que estão em fase de maior vulnerabilidade, especialmente em um cenário de risco aumentado pela proximidade com áreas onde há circulação do vírus”, explica Frederico Moraes, gerente de Imunização da SES.

Além disso, Mato Grosso do Sul deve reforçar a imunização de adolescentes, jovens e adultos e manter ações como bloqueios vacinais. Dessa forma, desde os primeiros casos confirmados na Bolívia, a SES considera que há risco real de reintrodução do vírus no Estado e intensificou a prevenção. A pasta foca principalmente em Corumbá e Ladário, reforçando campanhas de vacinação, buscas ativas de sintomáticos e ações educativas.

MS livre de sarampo há 5 anos
Mato Grosso do Sul registrou os últimos casos de sarampo em 2020, quando Campo Grande teve dez contaminações. Em 2019, foram dois em Três Lagoas e dois na Capital.

A meta de cobertura vacinal estabelecida pelo Ministério da Saúde é imunizar 95% do público-alvo (crianças de 1 ano) com a vacina Tríplice Viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola. No entanto, a cobertura atual em MS é de 87,64% com a primeira dose e 70,25% com a segunda, segundo o painel de monitoramento nacional. Assim, o Estado está abaixo da média do País, que tem 90,38% (1ª dose) e 72,44% (2ª dose) de cobertura.

A vacina tríplice viral está disponível gratuitamente em todas as unidades básicas de saúde do Estado.

O que é o sarampo?
O sarampo é uma doença viral altamente contagiosa, que provoca febre alta, tosse, coriza e manchas avermelhadas na pele. A transmissão ocorre por vias respiratórias, principalmente em ambientes fechados, por meio da fala, espirros ou tosse de pessoas infectadas.

Além dos sintomas típicos, a doença pode desencadear complicações graves como pneumonia, infecções no ouvido e diarreias, sendo especialmente perigosa para crianças pequenas e pessoas com imunidade baixa. Em casos graves, o sarampo pode levar à morte.

Os principais sintomas do sarampo incluem febre alta, tosse, coriza, olhos inflamados (conjuntivite) e erupções cutâneas característica que começa no rosto e se espalha pelo corpo. Além disso, pessoas infectadas podem apresentar manchas brancas pequenas (manchas de Koplik) na boca antes da erupção cutânea se espalhar.