São Paulo perde por 2-1 e é eliminado pelo Atlético Nacional na Libertadores
Torcida do Atlético Nacional comemora a classificação para a final da Libertadores após a vitória de 2-1 sobre o São Paulo no jogo de volta das semifinais / Foto: AFP / RAUL ARBOLEDA

Sem encontrar soluções para superar o ótimo Atlético Nacional, o São Paulo foi derrotado por 2 a 1 pelo clube colombiano, com outros dois gols do atacante Miguel Borja, nesta quarta-feira em Medellín, na partida de volta das semifinais da Copa Libertadores, e foi eliminado da competição.

Assim como na partida de ida, no Morumbi na semana passada, quando o São Paulo foi completamente dominado e derrotado pelo time colombiano por 2 a 0, o tricolor não conseguiu lidar com a velocidade do Atlético Nacional, que criou as melhores chances do jogo e só não venceu por placar mais amplo por falta de pontaria.

O São Paulo, que precisava vencer por três gols de diferença para garantir a classificação de maneira direta à final, começou a partida do jeito que sua torcida queria, abrindo o placar logo aos 8 minutos com o argentino Jonathan Calleri, de cabeça.

Não demorou, porém, para o Atlético Nacional impor sua clara superioridade e merecidamente virar a partida com o atacante Borja, autor dos quatro gols da equipe colombiana nos confrontos contra o São Paulo, dois em Medellín, aos 15 do primeiro tempo e 30 do segundo.

Após o segundo gol de Borja, em pênalti bem marcado pelo árbitro, os jogadores tricolores perderem a cabeça e reclamaram com veemência, resultando nas expulsões de Lugano e Wesley e acabando com qualquer possibilidade de reação.

Classificado à final da Libertadores com méritos, após realizar a melhor campanha da fase de grupos, e contando com jogadores jovens e de grande qualidade técnica, o Atlético Nacional buscará seu segundo título da competição continental (1989) contra o vencedor do confronto entre Boca Juniors, da Argentina, e Independiente del Valle, do Equador.

No primeiro jogo, O clube argentino foi derrotado por 2 a 1 fora de casa e buscará a classificação em casa, nesta quinta-feira em Buenos Aires, precisando de vitória simples sem sofrer gol para avançar à decisão.

- Calleri dá esperança -

Sem poder contar com o lesionado Paulo Henrique Ganso, prestes a ser vendido ao Sevilla, e o zagueior Maicon, expulso na ida, o técnico 'Patón' Bauza optou pela liderança do veterano Diego Lugano lá atrás, enquanto o argentino Centurión voltou a equipe e fortaleceu o setor ofensivo de uma equipe desesperada por gols.

A linda festa protagonizada pela torcida do Atlético Nacional, com direito a queima de fogos de artifícios e chuva de papel picado, aliada à necessidade do São Paulo de partir para o ataque acabou propiciando um belo espetáculo e um primeiro tempo movimentado.

Nesse cenário, tudo o que o tricolor sonhou para o início do jogo aconteceu. Logo aos 8 minutos de jogo, Michel Bastos descolou cruzamento na área e o argentino Jonathan Calleri apareceu na área para encobrir o goleiro de cabeça.

Foi o 10º gol na atual edição da Libertadores para o atacante argentino, artilheiro da competição e que já está de mala prontas para deixar o São Paulo rumo à Itália.

O início do time paulista foi arrasador, mas do outro lado havia o melhor time da fase de grupos da competição, repleto de jogadores velozes e de muita habilidade.

O forte clube colombiano voltou a mostrar sua força e não demorou para reagir. Aos 15, Berrío aproveitou erro na saída de bola paulista e lançou Borja. O matador ganhou na corrida de Lugano e chutou cruzado rasteiro, sem chances para Denis.

O gol fez o São Paulo voltar à estaca zero e recolocou a torcida 'verdeluga' no jogo para apoiar o clube de Medellín, que partiu para o ataque, sempre apostando na velocidade de seus jogadores nas costas do lateral-esquerdo chileno Mena.

Com essa estratégia em mente, o Atlético Nacional só não ampliou pela falta de pontaria de Marlos Moreno.

A jovem promessa de 19 anos do futebol colombiano, que deve ter a venda ao Manchester City confirmada ao fim da Libertadores, recebeu dois cruzamentos rasteiros precisos quase na pequena área e só não selou a vaga do Atlético na final ainda no primeiro tempo por falta de capricho, isolando os dois chutes, aos 30 e 32 minutos.

Nos acréscimos da primeira etapa, um lance polêmico. Hudson tabelou com Michel Bastos e foi empurrado por trás dentro da área. O árbitro mandou o volante brasileiro levantar, levando os jogadores são paulinos à loucura.

- Borja é matador -

No segundo tempo, o Atlético voltou mais decidido a garantir a vaga sem sustos e conseguiu impor sua superioridade com mais facilidade.

O pé dos atacantes colombianos, porém, seguia descalibrado e as chances foram sendo desperdiçadas.

Aos 11, Borja apareceu dentro da área e chutou cruzado com muito perigo, mas Denis pegou no reflexo. Três minutos depois, Borja, sempre ele, deixou Rodrigo Caio no chão, driblou Denis e a bola sobrou para Berrío chutar com gol aberto, mas Bruno apareceu para tirar em cima da linha.

O segundo gol colombiano era questão de tempo e acabou saindo a 15 minutos do apito final em pênalti bem marcado pelo árbitro, que viu Carlinhos cortar cruzamento da direita com o braço. Borja, o carrasco tricolor, foi para a cobrança e mandou no ângulo, selando a classificação do Atlético.

Vendo as chances de classificação escaparem, os jogadores do São Paulo perderam a cabeça e foram descontar no confuso árbitro, retardando o reinício da partida em quase 10 minutos. No fim, Lugano e Wesley foram expulsos.

Nada que diminuísse o merecimento da classificação do Atlético Nacional, uma equipe que simplesmente foi melhor que o São Paulo nos dois jogos e tem tudo para buscar o título da Libertadores contra Boca Juniors ou Independiente del Valle.