Sem celular, José Carlos Moura da Silva tentou voltar à pé para casa após ser liberado do hospital sem comunicação com a família

xcPara a Santa Casa de Campo Grande, não há relação entre a alta médica e o atropelamento de José Carlos Moura da Silva, de 50 anos, no dia seguinte. Morador de Nova Alvorada do Sul, ele tentou voltar à pé para casa, após ser liberado do hospital sem comunicação com a família. O homem morreu neste sábado (30).
Em nota enviada nesta segunda-feira (1°), a Santa Casa informou que “conforme avaliação médica e exames realizados, o paciente em questão foi liberado após o primeiro atendimento com sinais vitais estáveis, plenamente consciente e sem evidências de lesão cerebral. Foram realizados exames de imagem, incluindo tomografias, que não indicaram qualquer comprometimento neurológico”.
A nota afirma ainda que “até o momento, não há qualquer relação comprovada entre o primeiro atendimento e o episódio subsequente de atropelamento ocorrido no dia seguinte. Todos os fatos estão sob apuração pelas autoridades competentes, incluindo a Santa Casa de Campo Grande”.
No entanto, a família da vítima questiona o procedimento de dar alta sem informar aos parentes. Silvio Moura, irmão de José Carlos Moura da Silva, diz ter sido informado que o hospital libera os pacientes de alta médica, mesmo quando estão sozinhos na cidade, sem celular e tendo sido levados por ambulância. Somente pessoas menores de idade e com problemas psicológicos são liberados para responsáveis.
Relembro o caso
José Carlos foi internado pela primeira vez na Santa Casa, na segunda-feira (25), após sofrer uma queda em Nova Alvorada do Sul. Segundo boletim de ocorrência, ele foi socorrido primeiro a um hospital da cidade do interior, mas não conseguiram parar o sangramento, então o transferiram para a Santa Casa da Capital.
Ainda segundo o registro policial, o irmão da vítima mora em Fátima do Sul, soube do ocorrido e veio para Campo Grande. Silvio Moura chegou ao hospital por volta das 13h de terça-feira, onde soube que as visitas eram somente às 16h.
José Carlos já tinha recebido auta às 4h da madrugada e tentou voltar a pé para Nova Alvorada, que fica no sul do Estado, a 102 km da Capital. Porém, o irmão dele só foi informado da liberação às 16h e, segundo familiares, José não estava com celular. Por isso, foi considerado desaparecido e passou a ser procurado em Campo Grande pelos parentes.
Ainda na terça-feira, José Carlos Moura da Silva foi atropelado às margens da BR-163, no distrito de Anhanduí. Então, a Motiva Pantanal, concessionária responsável pela via, socorreu o homem e o encaminhou mais uma vez para a Santa Casa. Neste sábado, a equipe médica constatou que José sofreu morte cerebral. “Infelizmente veio a óbito, ainda estamos meio que caindo a ficha”, afirma o irmão da vítima, Silvio Moura.
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