Mercado monitora riscos climáticos e exportações de milho.

 Safra de verão e juros moldam cenário do milho no Brasil
Mercado monitora riscos climáticos e exportações de milho. / Foto: Pixabay

A atenção do mercado passou a se concentrar no desenvolvimento da primeira safra de milho no Sul do Brasil. Segundo a análise divulgada pela Grão Direto nesta segunda-feira (15), as lavouras de Rio Grande do Sul e Santa Catarina encontram-se em fases consideradas sensíveis, diferentemente da soja. “As previsões de calor e chuvas abaixo da média para a semana acendem um alerta”, aponta o especialista, ao destacar que eventuais problemas na safra de verão podem pressionar a oferta regional e dar sustentação aos preços no curto prazo, inclusive na B3.

Outro fator acompanhado de perto é o ritmo das exportações. De acordo com a análise, a manutenção do dólar acima de R$ 5,40 mantém a janela de embarques atrativa. “Se os dados da Anec e da Secex confirmarem volumes robustos, isso ajudará a enxugar a oferta doméstica antes da entrada da safrinha”, avalia a Grão Direto, ressaltando que esse movimento pode criar uma barreira contra novas quedas de preços no mercado interno.

O planejamento da safrinha de 2026 também começa a influenciar as expectativas. Com a colheita da soja se aproximando em Mato Grosso, o mercado monitora o ritmo de compra de insumos e a intenção de plantio. A análise destaca que “rumores sobre redução de tecnologia devido aos custos podem começar a precificar uma produtividade menor para o ciclo de inverno”, fator que tende a exercer pressão altista no médio prazo.

No cenário macroeconômico, a Grão Direto chama atenção para o recente movimento dos juros. O Federal Reserve reduziu as taxas nos Estados Unidos para a faixa de 3,50% a 3,75%, enquanto o Comitê de Política Monetária manteve a Selic em 15% ao ano. Segundo a análise, “esse diferencial gigantesco de juros mantém o Brasil atrativo para o capital especulativo, segurando o dólar na faixa de R$ 5,40”. Para o produtor, o alerta é direto: “com a Selic a 15%, o custo de carregar estoque é altíssimo, superior a 1% ao mês”.

Diante desse contexto, a Grão Direto reforça a necessidade de atenção às oscilações do mercado e aos custos de produção. “Em um cenário de juros altos e margens apertadas, a proteção de preços é essencial”, afirma o especialista. A orientação é acompanhar as cotações e aproveitar oportunidades quando os valores estiverem alinhados à margem sustentável do produtor, reduzindo o risco financeiro.