Safra de cana começa a reduzir preço do etanol
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O início da safra de cana-de-açúcar começou a refletir no preço do etanol nas distribuidoras de combustíveis de Londrina, com queda de 1,21% na última semana e de 4,01% em um mês, segundo pesquisa da Agência Nacional do Petróleo (ANP).

Nos postos, no entanto, a redução foi de apenas 0,04% em uma semana e de 0,08% em um mês.

Na semana encerrada em 14 de março, a média do litro do biocombustível era de R$ 1,941 nas distribuidoras que atendem o mercado londrinense e de R$ 2,372 nos postos.

Há sete dias, o valor para empresários havia sido reduzido para R$ 1,886 e, para o consumidor, para R$ 2,371. Conforme a ANP, na semana encerrada no último dia 4, os preços eram R$ 1,863 e R$ 2,370, respectivamente.

O valor do etanol caiu em 17 estados brasileiros tanto na última semana quanto no último mês. O Paraná está entre os que tiveram redução.

Na pesquisa da ANP até 14 de março, o preço médio estadual era R$ 2,265 e na última sexta-feira era de R$ 2,235, ou 1,32% a menos.

Para o presidente da Associação de Produtores de Bioenergia do Estado do Paraná (Alcopar), Miguel Tranin, o início da safra de cana deve reduzir ainda mais o preço neste mês, mas não tanto como em anos anteriores porque o custo de produção está em R$ 1,40, próximo ao valor pago ao agricultor.

"No Paraná, já temos 17 unidades em operação de cana e até meados de abril chegaremos à capacidade plena", afirma.

Parte da redução do período, segundo Tranin, vem de usinas que estão com o "caixa apertado" e que reduzem preços para conseguir capital mais rapidamente, para financiar os próximos meses.

"Melhorou um pouco para o setor, porque aumentou o mercado de álcool anidro, que é misturado na gasolina e tem preço melhor do que o hidratado, mas não é uma diferença grande. Essa e outras medidas terão efeito em médio prazo", diz.

Apesar da diferença nas distribuidoras, o proprietário do Auto Posto Cupimzão, Diogo Decker, afirma que não acredita em diminuição no valor das bombas nos postos de Londrina. "Em relação à semana passada, paguei uma alta de R$ 0,01 por litro.

Pode ser por causa da bandeira, mas não acho que ocorrerá uma redução nos preços porque essa queda é momentânea e poderia gerar uma guerra de mercado."

Sem pesquisa

Parte dos londrinenses não vê necessidade de pesquisar preços pela pequena diferença que teriam. A última pesquisa da ANP na cidade, feita entre os dias 1º e 2 de abril, aponta que 37 de 41 postos vendiam etanol com apenas R$ 0,06 de diferença. Ainda, 21 deles cobravam R$ 2,399. O menor valor era de R$ 2,099.

"Abasteço sempre nos mesmos lugares porque em Londrina não adianta fazer pesquisa, porque todos (os postos) têm o mesmo preço.

É interessante como cada um tem uma despesa de aluguel, um número diferente de funcionários, mas todos cobram o mesmo", diz o vendedor autônomo Marcelo Werner.

O servidor federal João Marin prefere o etanol à gasolina porque acredita que o biocombustível seja menos prejudicial para o veículo.

Ele, porém, apenas calcula se a relação entre ambos fica abaixo de 70%, que é quando especialistas afirmam que vale a pena usar álcool hidratado. "Como não faz muita diferença, abasteço sempre no meu posto de confiança", conta.

No caso do programador Eric Santos, o etanol é o preferido pelo preço. "Mas em Londrina é muito caro e sempre aproveito para encher o tanque quando estou fora.

Paguei R$ 1,85 uns dias atrás, no interior de São Paulo, e em Cambé, que é aqui do lado, dá uma diferença grande para Londrina", diz.

Segundo a ANP, o preço médio do etanol em Cambé é de R$ 2,226, 3,1% menor do que os R$ 2,299 de um mês atrás, mas 0,31% acima dos R$ 2,219 da semana anterior.