Consórcio Caminhos da Celulose deve iniciar as obras no sistema rodoviário da região leste de MS só em 2026,
A assinatura do contrato de concessão da Rota da Celulose – BR-262, BR-267, MS-040, MS-338 e MS-395 – foi adiada para 2026. A afirmação é do secretário da Semadesc (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Jaime Verruck.
“Nós estamos prontos para fazer a contratualização com o segundo colocado. Isso era pra ter ocorrido agora no mês de novembro, houve uma prorrogação desse prazo até pelo período de chuvas, que não dá para iniciar nenhuma obra. Então ao final de janeiro [de 2026] nós vamos assinar o contrato, quando essa empresa tem que fazer os depósitos das garantias. Nós temos a expectativa, depois de 60 dias, que a empresa efetivamente comece as obras”, afirmou.
Com isso, o Consórcio Caminhos da Celulose deve iniciar as obras nos 870,3 quilômetros do sistema rodoviário da região leste de Mato Grosso do Sul só em março de 2026.
“Obviamente que vamos fazer um trabalho onde estão os pontos críticos de todo esse processo. Campo Grande a Ribas [do Rio Pardo], que vai ser 100% duplicado, é uma via extremamente crítica. O acesso às fábricas da Bracell, em Bataguassu, é um ponto crítico que temos que tratar imediatamente. Questão da MS-040, que é uma estrada simples, fazer o acostamento. Então a gente vai definir quais são os projetos prioritários dentro do projeto global”, destacou o secretário.
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Pedágio da Rota da Celulose.
O adiamento da assinatura do contrato de concessão também joga para frente o início da cobrança do pedágio. Conforme o projeto, os pórticos deverão estar instalados até o final do 12º mês da concessão e iniciarão a operação no início do 13º mês. Ou seja, os usuários das rodovias devem começar a pagar o pedágio na Rota da Celulose a partir do fim de janeiro de 2027.
Levantamento feito pelo EPE (Escritório de Parcerias Estratégicas), a pedido do Primeira Página, aponta os seguintes valores da tarifa para automóveis (há multiplicador de tarifa conforme classe do veículo) nos 14 pórticos de pedágio sendo dois em dois pontos de pista dupla da Rota da Celulose:
BR-262: R$ 12,60 (km 39 entre Três Lagoas e Água Clara); R$ 14,75 (km 104 entre Três Lagoas e Água Clara); R$ 16,55 (km 207 entre Água Clara e Ribas do Rio Pardo); R$ 13,70 (km 292 entre Ribas do Rio Pardo e Campo Grande); TOTAL R$ 57,60;
MS-040: R$ 14,95 (km 47 entre Campo Grande e Santa Rita do Pardo); R$ 14,90 (km 123 entre Campo Grande e Santa Rita do Pardo); R$ 11,35 (km 217 entre Campo Grande e Santa Rita do Pardo); TOTAL R$ 41,20;
MS-338: R$ 10,40 (km 312 entre Santa Rita do Pardo e Bataguassu);
BR-267: R$ 5,15 (km 21 entre divisa MS-SP e Bataguassu); R$ 12,10 (km 66 entre Bataguassu e Casa Verde); R$ 10,05 (km 130 entre Casa Verde e Nova Alvorada do Sul); R$ 16,40 (km 180 entre Casa Verde e Nova Alvorada do Sul); TOTAL R$ 43,70.
Esses valores estão atualizados com base no percentual de desconto de 8% apresentado pelo Consórcio Caminhos da Celulose no leilão, realizado em maio de 2025.
A concessão da Rota da Celulose prevê o Free Flow ou “pedágio eletrônico em livre passagem”, que é o modelo de cobrança de tarifa que elimina praças físicas e cancelas. Veículos passam, na velocidade permitida na via, por pórticos que identificam automaticamente TAGs ou placas e a cobrança é feita de forma eletrônica e proporcional ao uso da via.
Nesse modelo, não existem cancelas que obriguem a reduzir velocidade ou parar nas rodovias concedidas. Em pontos estratégicos da rodovia são instalados pórticos com sensores, leitores de TAGs (transponders) e câmeras que leem placas (ANPR) automaticamente. Sempre que um veículo cruza um pórtico a passagem é registrada eletronicamente e a identificação pode ocorrer por etiqueta eletrônica (TAG) ou leitura da placa.
No sistema de pedágio eletrônico, a tarifa poderá ser paga de duas formas:
Leitura de etiqueta eletrônica (TAG): o usuário-consumidor poderá adquirir a etiqueta eletrônica para pagamento da tarifa de pedágio com possibilidade de desconto.
Leitura da placa do veículo: após passar pelo pórtico, o usuário-consumidor deverá procurar a concessionária, em seus canais de atendimento, para efetuar o pagamento da tarifa de pedágio de modo a não configurar evasão de pedágio. No caso do não pagamento da tarifa eletrônica durante a passagem pelo pórtico, o usuário consumidor deverá providenciar a regularização do pagamento junto à concessionária em até 30 dias.
Duplicação e ampliação de capacidade
Ao todo, 870,3 quilômetros de rodovias da região leste de Mato Grosso do Sul serão entregues à iniciativa privada:
BR-262 entre Campo Grande e Três Lagoas;
BR-267 entre Nova Alvorada do Sul e Bataguassu;
MS-040 entre Campo Grande e Santa Rita do Pardo;
MS-338 entre Santa Rita do Pardo e entroncamento da MS-395;
MS-395 entre o entroncamento da MS-338 e Bataguassu.
Desses 870,3 km, só 115 km terão pista dupla – sendo 101,730 km na BR-262 (entre Campo Grande e Ribas do Rio Pardo) e 13,5 km na BR-267 (entre Bataguassu e a divisa MS-SP).
O valor estimado do projeto da concessão é de aproximadamente R$ 10,098 bilhões, sendo R$ 6,907 bilhões (CAPEX) e R$ 3,191 bilhões (OPEX). A concessão prevê recuperação, operação, manutenção, conservação, implantação de melhorias e ampliação de capacidade do sistema rodoviário pelo prazo de 30 anos.
Serão 115 km em duplicações, 457 km de acostamentos, 245 km em terceiras faixas, 12 km de marginais, implantação de 38 km em contornos de municípios, 62 dispositivos em nível, 4 dispositivos em desnível, 25 acessos, 22 passagens de fauna, 20 alargamentos de pontes e implantação de 3.780,00 m² obras de arte especiais. A malha passa a ter 100% de acostamento.
A concessão prevê o atendimento às diretrizes do programa Estrada Viva, do Governo do Estado, para preservação da fauna silvestre. Entre eles, a implantação de dispositivos de prevenção de acidentes como passagens de fauna, tela condutora, placas de alerta e lúdicas, controladores de velocidade bem como serviço de Resgate e Reabilitação de Fauna e ações de educação ambiental dos usuários e comunidade em geral.
Duplicação da BR-262
Mapa mostra trecho da BR-262 que será duplicado entre Campo Grande e Ribas do Rio Pardo (Foto: EPE)
Conforme os estudos técnicos do projeto, a BR-262 terá pista dupla em sua totalidade entre Campo Grande (intersecção com a BR-163) e Ribas do Rio Pardo (acesso à Suzano Celulose).
Dos 101,73 quilômetros, a maior parte terá duplicação com canteiro central. Só os 22 quilômetros dentro da capital sul-mato-grossense (antes do cruzamento com a linha férrea) terão duplicação com barreiras de concreto New Jersey.
Ribas do Rio Pardo terá 12,165 quilômetros de contorno rodoviário duplicado, para desviar o trânsito de veículos pesados de dentro da área urbana.
Os outros 69% da BR-262 – 226,47 quilômetros entre Ribas do Rio Pardo e Três Lagoas – receberão 57,57 km de terceira faixa e 21,98 km de acostamentos.
Duplicação da BR-267
Com total de 248,1 quilômetros, o trecho da BR-267 entre a divisa SP-MS e Nova Alvorada do Sul terá apenas 13,5 km de duplicação, em Bataguassu.
Há previsão de implantação de 73,58 km de terceira faixa no restante da rodovia que continuará com pista simples.
MS-040, MS-338 e MS-395
As outras três rodovias que integram a Rota da Celulose – ligação diagonal de 294,1 quilômetros entre Campo Grande e Bataguassu passando por Santa Rita do Pardo – não terão duplicação.
Porém, receberão outros investimentos:
Acostamentos
327 km na MS-040;
103,62 km na MS-338;
2,68 km na MS-395.
Terceira faixa
103,78 km na MS-040;
14,13 km na MS-338;
800 m na MS-395.
Edificações e dispositivos
4 postos do Serviço de Atendimento ao Usuário;
2 postos da Polícia Militar Rodoviária;
1 Posto de Parada e Descanso.
Viaduto no entroncamento com a BR-163, em Campo Grande.











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