Três mandados de busca e apreensão foram cumpridos e cacique e filho foram presos.

Rixa entre caciques motivou operação da PF em aldeia e dois foram detidos
Operação foi realizada em Bodoquena e Porto Murtinho. / Foto: Divulgação / Polícia Federal

Duas pessoas, sendo um cacique e o filho dele, foram detidos pela Polícia Federal durante a operação Paz no Campo, deflagrada na manhã de hoje,com objetivo de desarmas grupos indígenas rivais, que disputam liderança da aldeia Alves de Barros, em Porto Murtinho.

De acordo com o delegado da Polícia Federal, Fabrício Martins Rocha, na residência e no carro do cacique foram encontradas seis armas de fogo e celular, que foram apreendidos em cumprimento de mandado de busca e apreensão e passarão por perícia técnica para averiguar se são legais e, no caso do celular, se há alguma conversa ou conteúdo que poderia incentivar conflito.

Demais mandados foram cumpridos um na mesma aldeiam em Porto Murtinho e outro em Bodoquena, onde mora um ex-cacique, que teria se mudado para o município por medo de ser morto por conta da rivalidade na aldeia.

O atual cacique e o filho estão vindo de Porto Murtinho para serem ouvidos na Superintendência da PF em Campo Grande.

Segundo o delegado, operação foi deflagrada porque o atual cacique tem rixa com outros dois ex-caciques e, além de cumprir os mandados, equipes foram até o local para orientar os indígenas e “explicar que não é necessário o conflito armado”. O trabalho da polícia foi pacífico e não houve confronto.

INVESTIGAÇÃO

O trabalho investigativo teve início em maio de 2018 a partir de informações recebidas e repassadas pelo Ministério Público Federal (MPF) à Superintendência da Polícia Federal do Mato Grosso do Sul, a qual realizou investigação e identificou a existência dos grupos beligerantes e de suas lideranças, sendo constatada a possibilidade de conflito e vítimas decorrentes de atos de violência, inclusive com o uso de armas de fogo.

A proximidade com a fronteira facilitou a aquisição de armamento, o que representa grandes riscos para os indígenas da região.

A operação foi batizada de “Paz no Campo” em alusão ao seu objetivo, que é pacificar a Aldeia Alves de Barros. Os materiais apreendidos e eventuais presos em flagrante serão conduzidos à sede da Polícia Federal, em Campo Grande, onde ficarão à disposição da Justiça Federal.

Polícia Militar prestou apoio, com suporte operacional, que garantiu o cumprimento dos mandados expedidos pela 5ª Vara Federal de Campo Grande.