Governador, contudo, reconhece que discussões políticas vão interferir na disputa do próximo ano

O governador Eduardo Riedel (PP) evitou associar o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao pleito eleitoral de 2026. O líder da direita terá julgamento iniciado na terça-feira, 02, sob acusação de liderar a tentativa de golpe de Estado deflagrada em 8 de janeiro de 2023.
Entretanto, o governador sul-mato-grossense reconheceu que discussões políticas vão interferir na disputa do próximo ano, mas defendeu foco na nação
“O julgamento não se coloca de maneira isolada. Toda discussão política que existe no país vai interferir na eleição de 2026. Estão sendo colocadas: movimentações partidárias, discussões nacionais, tudo isso faz parte do ambiente político que está sendo construído para 26. Mas, está muito longe, né? Nós temos que olhar amanhã, depois de amanhã, mês que vem, na saúde, na educação, na infraestrutura, porque as pessoas esperam isso da gente”, destacou o governador em agenda nesta segunda-feira, 01/09, véspera do início do julgamento de Bolsonaro e mais sete réus acusados na investigação do 8 de janeiro.
‘Que voltem urgente a serenidade e o bom senso’, diz Riedel após prisão domiciliar de Bolsonaro
Eduardo Riedel, que há poucas semanas acusou o ministro Alexandre de Moraes de exceder as medidas contra o ex-presidente Bolsonaro, em especial na imposição de prisão domiciliar preventiva, afirmou hoje que “o foco é nação”.
“Tudo que acontece de natureza política vai interferir mas o nosso foco é nação, para o cidadão, para o que a gente precisa entregar”, destacou.
Bolsonaro entre os réus
Jair Bolsonaro, 38° presidente da República do Brasil, enfrentará o julgamento da 1ª Turma do STF a partir desta terça-feira, 02/09.
Ele e outros sete acusados nos atos antidemocráticos do 8 de janeiro de 2023 são julgados por pelos crimes de organização criminosa armada, tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.
Confira aqui todos os detalhes do rito do julgamento de Bolsonaro
Somente o ex-diretor da Abin Alexandre Ramagem, que, atualmente, é deputado federal, conseguiu benefício de suspensão de parte das acusações, respondendo assim a três dos cinco crimes. A regra é garantida na Constituição.
Ramagem continua respondendo pelos crimes de golpe de Estado, organização criminosa armada e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.
Além de Bolsonaro e Ramagem, integram o banco dos réus:
Almir Garnier – ex-comandante da Marinha;
Anderson Torres – ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal;
Augusto Heleno – ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
Paulo Sérgio Nogueira – ex-ministro da Defesa;
Walter Braga Netto – ex-ministro de Bolsonaro e candidato à vice na chapa de 2022;
Mauro Cid – ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
O julgamento pode levar para a prisão o ex-presidente da República e generais do Exército pela acusação de golpe de Estado. A medida é inédita desde a redemocratização do país.
A 1ª Turma é composta por Alexandre de Moraes, que é o relator do caso, Cristiano Zanin, Flávio Dino, Luiz Fux e Cármen Lúcia. Foram reservadas cinco sessões para o julgamento, que ocorrerão nos dias 2, 3, 9, 10 e 12 de setembro.
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