O projeto chegou ao Congresso com R$ 1,6 bilhão para custear os serviços disponibilizados pela rede de proteção social financiada pelo Sistema Único de Assistência Social (Suas).

Relator do Orçamento poderá ampliar recursos para serviços assistenciais em 2019
Audiência pública para esclarecimento sobre o Projeto de Lei Orçamentária para 2019 (PLN 27/18), em atendimento ao art. 84 da Resolução nº 1 de 2016-CN. / Foto: Cleia Viana/Câmara dos Deputados

O relator-geral do projeto da nova lei orçamentária (PLN 27/18), senador Waldemir Moka (MDB-MS), disse na terça-feira (13) que poderá ampliar os recursos que serão destinados no próximo ano para o custeio de serviços socioassistenciais realizados pelo Ministério de Desenvolvimento Social em parceria com estados, municípios e entidades privadas.

O projeto chegou ao Congresso com R$ 1,6 bilhão para custear os serviços disponibilizados pela rede de proteção social financiada pelo Sistema Único de Assistência Social (Suas).

O valor, no entanto, é inferior ao previsto para 2018, que é de R$ 2,8 bilhões. A proposta do relator-geral é elevar a dotação de 2019 para o autorizado neste ano.

Entre os serviços financiados pelo Suas estão os atendimentos realizados nos centros de referência da assistência social (Cras e Creas), voltados para pessoas em situação de vulnerabilidade social.

"Precisamos garantir o mínimo de funcionamento desses serviços", disse Moka. Segundo ele, sem o aporte de mais recursos será difícil aprovar o projeto orçamentário na Comissão Mista de Orçamento. "Vai ser um debate muito duro aqui se não tivermos como garantir isso."

A afirmação foi feita pelo senador durante a audiência pública promovida pela comissão com o ministro do Planejamento, Esteves Colnago, que veio ao Congresso para falar da proposta orçamentária de 2019.

O ministro reconheceu que os valores da proposta para os serviços socioassistenciais estão abaixo do autorizado para este ano, mas disse que eles devem subir com as emendas de deputados e senadores, como aconteceu no ano passado.

O prazo para apresentação das emendas encerrou-se na semana passada.

A ampliação dos valores para os serviços de proteção social foi reivindicada pelo coordenador da Frente Parlamentar em Defesa do Suas, deputado Danilo Cabral (PSB-PE).

Ele, no entanto, pediu mais recursos para a atividade. "A vulnerabilidade social aumentou no País. Repetir recursos não resolve. Precisa ter mais", disse.

Despesas condicionadas
A destinação de recursos para a assistência social no próximo ano dominou os debates com o ministro na Comissão de Orçamento.

Além do corte feito na verba para os serviços, houve críticas à decisão do governo de colocar como "despesa condicionada" R$ 15 bilhões do programa Bolsa Família e R$ 30 bilhões da dotação do Benefício da Prestação Continuada (BPC) – pagamento de um salário mínimo a idosos e pessoas com deficiência de baixa renda.

Mesmo constando na lei orçamentária de 2019, estes recursos serão liberados apenas depois que o Congresso aprovar, em algum momento do próximo ano, um projeto de crédito enviado pelo novo governo autorizando a ampliação do endividamento federal além do limite permitido pela Constituição.

O ministro alegou que a premissa por trás da decisão de incluir os R$ 45 bilhões da assistência social como despesa condicionada é de que dificilmente o próximo Congresso Nacional, que assume em fevereiro, vai rejeitar mais recursos para os dois programas.

"São despesas que terão a aprovação tranquila no Congresso", disse Colnago.

Ele afirmou ainda que a opção é incluir outra despesa no lugar, como o valor reservado na proposta orçamentária para o reajuste dos servidores em 2019 (R$ 4,7 bilhões).

O governo editou uma medida provisória em setembro para postergar o aumento para 2020 (MP 849/18).

A MP permite que o valor do aumento seja destinado para outro tipo de despesa. Para Colnago, a decisão de realocar os recursos tem que ser do Congresso.