Rede Estadual de Mato Grosso do Sul entra em greve por tempo indeterminado

Com mais de 90% dos votos dos delegados presentes na Assembleia Geral da Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul (FETEMS), mais de quatrocentos e cinquenta professores e administrativos em educação de todo o Estado, que foram escolhidos para representarem as cidades em Assembleias municipais realizadas nesta quinta-feira (21), deliberaram por negar a proposta apresentada pelo Governo do Estado e deflagrar greve na Rede Estadual de Ensino, por tempo indeterminado, a partir de quarta-feira (27).

De acordo com o presidente da FETEMS, Roberto Magno Botareli Cesar, a luta é pelo cumprimento da lei e pela valorização dos trabalhadores em educação. " Exigimos o pagamento de 10,98% de reajuste dos professores. Referente ao cumprimento da Lei Estadual n° 4.464, de 19 de Dezembro de 2013, que rege sobre a implantação do Piso Salarial Nacional por 20 horas, como prevê o Plano Nacional de Educação. No compromisso firmado, o Governo do Estado, tinha até o dia 15 de maio, para negociar com a FETEMS, o pagamento do piso nacional por 20 horas até 2018 e a proposta apresentada é um retrocesso, pois ao invés da implementação do piso em quatro anos, que seria 2018, o poder público propôs reformular a Lei e aumentar a implementação para oito anos, no caso a legislação só seria cumprida em 2022", disse.

O presidente explicou também que o poder público estadual também se nega a debater e a pagar 1/3 de hora-atividade para os professores, referente a 2013. "Este pagamento foi acordado no Pacto pela Educação Pública de outubro de 2012 e está consolidado na Lei Complementar 165 e o governo se quer coloca isso em ponto de pauta em nossas reuniões", afirma.

Para Roberto Botareli um dos pontos que motivaram a greve e merecem mais destaque é a questão dos administrativos da educação. " Além disso, o Governo do Estado anunciou índice zero de reajuste aos administrativos em educação, que são as nossas merendeiras, agentes de limpeza, de manutenção, de atividades educacionais, de portarias, enfim, os educadores que cuidam das nossas unidades escolares e nós não aceitamos isso de maneira nenhuma. Uma das questões que não avançaram nenhum um pouco na negociação foi a valorização dos profissionais da educação. Insistimos e não houve por parte do governo se quer interesse em atender a nossa solicitação de mudança da data base dos administrativos, para que ela viesse para janeiro e a unificação da categoria fosse consolidada", explicou.

Roberto Botareli afirmou em sua fala na Assembleia Geral que a FETEMS conta com o apoio de toda a sociedade sul-mato-grossense. " Contamos com a compreensão e o apoio de toda a sociedade, porque lutamos pela mesma causa, a educação pública de qualidade. Para isso, são necessários investimentos, infraestrutura adequada, salários dignos, valorização dos profissionais em educação, resumindo precisamos de vontade política e não é o que estamos vendo em MS quando um governo assume e anuncia reajuste zero para todas as categorias de servidores vemos que falta não só vontade como a premissa básica de valorização dos que dedicam a sua vida para construir o nosso Estado", ressalta.

Segundo a vice-presidente da FETEMS, Sueli Veiga, em defesa da educação, que transforma a sociedade para melhor, é que os educadores de Mato Grosso do Sul, vão entrar em greve. "Convocamos toda a nossa categoria para que juntos possamos somar forças e enfrentar as políticas de estado mínimo e desvalorização que são históricas no governo do PSDB. Nós, trabalhadores em educação de MS, não vamos aceitar esse cenário de braços cruzados", conclui.

A greve começa oficialmente a partir do dia 27, quarta-feira, que é o tempo legal de notificação da paralisação por parte da FETEMS e está valendo para o Estado todo, serão cerca de 270 mil alunos sem aula, 362 escolas fechadas e cerca de 25 mil profissionais em educação parados.

A entidade está preparando um calendário de lutas e atividades que ocorreram nesses dias, que vão de ações a nível de municípios a grandes atos na capital, onde está concentrado o poder público estadual, tudo dependerá de como se procederá o processo de negociação com o governo daqui pra frente.

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