Zilmar teve ideia de oferecer produto em posto de gasolina quando foi abastecer a própria caminhonete e ficou aguardando o troco. Ele fala que a massa tem "sabor de infância".

Receita gaúcha da avó trouxe renda para microempresário que oferece degustação de pães em MS

É na hora de abastecer, entre a tarde e o início da noite, que ele aparece com o pão fofinho. Da janela do carro, em um posto de combustíveis na entrada do bairro Coophasul, em Campo Grande, o cliente ganha um pedaço e pode sentir o recheio de goiabada ou doce-de-leite. A ideia surgiu quando o microempresário Zilmar Cristaldo de Matos, de 38 anos, estava abastecendo a própria caminhonete e, com a demora para receber o troco, teve a ideia de oferecer o produto.

"Eu parei ali no canto, comecei a oferecer a degustação para os clientes, os frentistas e o pão saiu muito rápido. Depois, conversei com o proprietário, que foi muito bacana e me permitiu oferecer o produto ali. Eu percebi que é algo muito mais econômico do que ficar rodando e oferecendo na cidade. É um local em que você vai direto ao cliente", afirmou ao G1 Zilmar.

A produção, artesanal e com "sabor de infância", começa logo cedo. "Eu acordo antes das seis da manhã e os ingredientes já estão no jeito. Tenho uma pessoa que me ajuda na fabricação. Nós deixamos pronto, até o momento de deixar a massa crescer em uma estufa. Depois, vou para cantina que toco em uma universidade pela manhã. Depois, ajuda a minha esposa em algum serviço de contabilidade e volto para finalizar os pães e começar a venda", ressaltou Matos.

Há quatro anos, o microempresário conta que vendia pastéis. "Eu comprei a máquina para aumentar a fabricação e um dia minha irmã chegou em casa falando que queria fazer o pão e usar a máquina.

A receita deu 16 pães no total e ela comentou: olha, deu certo, você deveria fazer para vender também. Foi aí que eu comecei a estudar uma maneira de aperfeiçoar a massa, colocar recheios e hoje faço até por encomenda, de chocolate ao leite com nutella", comentou.

Sobre a receita, Zilmar conta que diminuiu um pouco a quantidade de fermento. "Eu tenho o diferencial de deixar crescendo na estufa e todo um processo artesanal, cuidando da temperatura, para deixar ele fofinho e no jeito para enrolar. É uma receita gaúcha, da minha avó, que fazia e eu me recordo de reunir com a família, comer o pão e tomar café", relembrou.

Com tanto trabalho, o microempresário ainda fala em projetos. "Eu já tenho um ajudante e pretendo agora oferecer o pão em aplicativos. Eu não posso deixar de trabalhar né, afinal, sou pai de sete filhos", brincou Cristaldo.