Rapaz ofende guardas no Facebook, é preso em casa e alega agressões
Imagem de Thiago preso foi compartilhada em grupos do WhatsApp junto com vídeo dele se desculpando / Foto: Direto das Ruas

O vendedor Thiago Pereira, de 24 anos, foi preso na manhã deste domingo (31) por guardas municipais depois de postar, no Facebook, textos ofensivos a membros da corporação. Depois disso, um vídeo em que ele pede desculpa pelo palavreado usado passou a circular nas redes sociais.

Entretanto, Pereira alega que foi agredido e forçado pelos guardas municipais a se desculpar no vídeo. As postagens ofensivas foram feitas em um grupo de venda de veículos "BOB" – termo usado para bens que estão com documentação atrasada ou outra irregularidade.

O vendedor comentou no Facebook um vídeo que mostra guardas municipais supostamente apreendendo uma motocicleta com documentação regular. Thiago fez várias ofensas aos guardas, algumas até em tom de apologia à violência contra profissionais da segurança pública.

Ele relata que recebeu ameaças por meio de mensagens privadas do Facebook e alguns pedidos educados para se retratar. "Realmente me excedi e por causa desses três guardas me retratei no próprio Facebook", confessa o rapaz, que ainda comenta que achou que "não daria mais nada".

Porém, na manhã deste domingo, conta ele, vários guardas foram até a casa dele. "Chegaram, se identificaram como oficiais de Justiça. Do nada, vários apareceram, invadiram meu quintal, me algemaram e me colocaram no carro. Aí começaram os choques e bicudas até chegar na Depac Piratininga", explica.

Já na delegacia, Pereira diz que foi algemado no corrimão da área de transição onde ficam os presos ainda não entregues à Polícia Civil. Lá, teriam ocorrido mais agressões. "Estou com vários hematomas e amanhã (segunda-feira, 1º) farei exame de corpo de delito, porque hoje estava fechado o Imol (Instituto de Medicina Odontológico Legal)", diz Thiago.

Vídeo forçado - Depois de horas detido, os guardas teriam dito a ele: "você terá que gravar um vídeo pedindo desculpa". E assim foi feito. O vídeo tem 22 segundos.

"Quero me retratar do comentário que fiz no Facebook sobre a instituição Guarda Municipal, as ofensas às mães deles, realmente foi um momento de raiva lá e realmente não foi certo", diz ele, até alguém perguntar: "tem mais alguma coisa a falar?", "só isso mesmo", responde Pereira.

Nas imagens, é possível notar que Pereira está algemado. No peito dele, alguém segura a marca da Guarda Municipal. Além de circular em grupos do WhatsApp, o vídeo foi postado em comentário de postagem no perfil do vendedor no Facebook, por um guarda municipal. Outros guardas também comentaram na postagem parabenizando o dono da página pela retratação.

A reportagem tentou contato com a Guarda Municipal para ter uma posição da instituição sobre a situação. Entretanto, até o fechamento do texto, não obteve retorno.