Projeto quer parceria com PRE para evitar atropelamento de animais em rodovias
Pro Anta e PRE querem parceria para evitar acidentes causados por atropelamento de animais em rodovias do Estado. / Foto: Divulgação/ Pro Anta

Os mais de 15 mil quilômetros de rodovias estaduais que existem em Mato Grosso do Sul passarão a ser monitorados na tentativa de evitar atropelamento de animais silvestres. A iniciativa, que faz parte do projeto Pro Anta (Programa de Proteção e Preservação da Anta Brasileira), só precisa da assinatura de um termo de compromisso entre o programa e a PRE (Polícia Rodovia Estadual).

A expectativa, segundo o médico veterinário Álvaro Cavalcanti, responsável pelo programa, é que o termo de compromisso seja assinado até amanhã (19). Assim, as ações podem começar a ser colocadas em prática em até um mês.

Outros animais - "Nossa intenção é preservar a anta sem deixar de dedicar atenção a todos os animais que também correm riscos nas rodovias. Monitorando esses animais, podemos prevenir acidentes, evitar mortes", explica o veterinário.

No dia 12 de janeiro deste ano um casal morreu após colidir contra uma anta na MS-040, mas, de acordo com Cavalcanti, o maior desafio é preservar a maior quantidade possível de espécies.

No total, o trabalho vai durar três anos. “No primeiro ano faremos o monitoramento para identificar os corredores que esses animais estão usando. Depois, faremos um relatório que será usado parar executar medidas de prevenção de atropelamento”, detalha.

As medidas correspondem a radares e redutores de velocidade, por exemplo, que poderão ser instalados para minimizar os índices de acidentes. No Brasil, 15 animais silvestres morrem atropelados nas rodovias a cada segundo conforme o estudo do CBEE (Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas) da Universidade Federal de Lavras (MG).

Vidas - Para o comandante da PRE, o tenente coronel Waldir Ribeiro Acosta, o trabalho também vai ajudar nas fiscalizações. “Além de auxiliar no monitoramento, vamos realizar a fiscalização nas estradas. A ideia é encontrar os problemas pontuais na questão ambiental para implantar radares fixos e móveis. Assim reduzimos e minimizamos acidentes entre animais e humanos, evitando danos materiais e perda de vidas”, amplia.

O Pro Anta existe há oito anos no Estado e tem o objetivo de contribuir com a comunidade científica. Dessa forma, essa comunidade pode subsidiar seus esforços na tentativa de convencer autoridades sobre a necessidade da promoção de políticas públicas racionais para o uso das áreas naturais e sobre a importância de conservar e proteger esta espécie e habitats ameaçados.

No Pantanal, a anta é considerada quase ameaçada de extinção devido à sua redução populacional projetada para o futuro. A caça, queimadas, doenças infecciosas adquiridas dos animais domésticos e a perda de habitat para criação de pastagens são os principais fatores para essa classificação.