Concentração ocorreu na praça seguido de passeata na rua.

Professores vão às ruas cobrar piso salarial em Dourados
Concentração ocorreu na praça seguido de passeata na rua.

Educadores da rede municipal de ensino foram às ruas na manhã desta terça-feira (19) em Dourados reivindicar o piso nacional e o cumprimento da reposição salarial, incluindo os valores retroativos referentes as perdas salariais do ano de 2017. As aulas foram suspensas nas escolas e nesta quarta o dia letivo será retomado normalmente.

Os profissionais de ensino vêm questionando a administração sobre o destino que está sendo dado aos recursos da educação no município de Dourados. Segundo o Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Simted), a prefeitura nega o cumprimento da Lei do Piso, que em 2017 previa um reajuste de 7,64% e, em 2018, 6,81%.

A categoria informa que um estudo dos relatórios de execução orçamentária da Prefeitura de Dourados aponta que, somente no ano de 2017, houve um saldo positivo dos recursos da educação de mais de R$ 4 milhões. O relatório do primeiro quadrimestre de 2018 também aponta para um saldo positivo de mais de R$ 12 milhões para serem aplicados na Rede Municipal de Ensino.

Com faixas, cartazes e carro de som, dezenas de educadores se reuniram na praça Antônio João e em seguida marcharam pela avenida Marcelino Pires. A Guarda Municipal acompanhou o manifesto. Também houve panfletagem na região central da cidade.

Os manifestantes questionaram sobre um saldo de R$ 16,1 milhões da educação e que não teria sido repassados como investimento no setor. Ainda cobraram transparência na aplicação de recursos e mais investimento na classe trabalhadora.

Desde o início do ano os educadores estão em campanha pelo cumprimento da Lei do Piso Nacional e Municipal e a devida aplicação dos recursos da educação, já que o ensino público municipal dispõe de recursos próprios, como o Fundeb (Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação) e obrigatoriedade da aplicação de 25% de recursos próprios do município na educação.

A Prefeitura se diz surpresa com a manifestação de ontem e em nota alegou que, atualmente, em Dourados, um professor com curso superior, a maioria predominante nas unidades da área urbana, recebe R$ 4.588,95 pelas mesmas 40 horas pelas quais o MEC manda pagar R$ 2.455 do piso nacional. Por 20 horas semanais trabalhadas, segundo a administração municipal, o menor salário no município é de R$ 2.294,42, de acordo com levantamentos da Secretaria de Administração, contabilizada a reposição linear de 2,68% concedida a partir de abril.

Ainda segundo a Prefeitura, a categoria do Magistério terá reposição de 4,13% nos salários de junho, retroativo ao mês de abril, e que, como o piso nacional é exigido apenas para professores com Ensino Médio, informou que, o menor salário praticado em relação aos profissionais da Educação Indígena e de algumas unidades rurais, está em R$ 2.982,75 (também maior que os R$ 2.455) por 40 horas semanais de jornada.