Foram dois dias intensos de disputas, intercâmbio sociocultural entre alunos-atletas e, acima de tudo, alívio pela retomada da tão aguardada competição, o que também representa esperança pelo fim da pandemia da Covid-19.

Primeira etapa dos Jogos Escolares de MS chega ao fim com classificações à fase nacional

Um longo período de espera chegou ao fim no último final de semana, dias 21 e 22 de agosto. Os Jogos Escolares da Juventude de Mato Grosso do Sul enfim retornaram, primeiro com a etapa das modalidades individuais na faixa etária de 12 a 14 anos, em Campo Grande. Foram dois dias intensos de disputas, intercâmbio sociocultural entre alunos-atletas e, acima de tudo, alívio pela retomada da tão aguardada competição, o que também representa esperança pelo fim da pandemia da Covid-19.

Como o vírus ainda não foi embora, segurança sanitária foi a chave do evento organizado pela Fundação de Desporto e Lazer de Mato Grosso do Sul (Fundesporte). Com testagem completa de todos os envolvidos e cumprimento severo de protocolo de conduta de biossegurança elaborado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), Mato Grosso do Sul, estado exemplo no controle da pandemia e líder de vacinação, consolidou-se como um dos primeiros do país a trazer de volta as competições esportivas.

Oito modalidades individuais foram disputadas nesta primeira etapa dos Jogos: atletismo, badminton, ciclismo, judô, natação, tênis de mesa, vôlei de praia e xadrez, nos gêneros masculino e feminino. A competição serviu de seletiva estadual e classificou estudantes-atletas para os Jogos Escolares Brasileiros (JEBs), que ocorrerão de 29 de outubro a 5 de novembro, no Rio de Janeiro (RJ), com organização da Confederação Brasileira de Desporto Escolar (CBDE), junto à Secretaria Especial do Esporte.

Mais de 280 alunos-atletas de escolas públicas e privadas participaram dos Jogos, oriundos de 24 municípios: Amambai, Anastácio, Aquidauana, Aral Moreira, Caarapó, Campo Grande, Chapadão do Sul, Corumbá, Costa Rica, Coxim, Dourados, Guia Lopes da Laguna, Itaporã, Jardim, Maracaju, Naviraí, Nioaque, Paranaíba, Ponta Porã, Ribas do Rio Pardo, Rio Verde de Mato Grosso, Sonora, Três Lagoas e Vicentina.

“Gostinho” especial

Pode ter sido apenas um fim de semana, mas os atletas foram ao limite em cada prova. A entrega e dedicação nas quadras, nas pistas, nos tabuleiros, na piscina e nos tatames são sempre uma marca dos Jogos Escolares, mas a edição 2021 teve um “gostinho especial”. Energia acumulada, ansiedade à flor da pele, expectativas e euforia. O técnico de tênis de mesa, Mário Márcio Soken, sentiu tudo isso e presenciou estes sentimentos em seus atletas.

Para ele, a etapa inaugural aliviou uma sobrecarga trazida pelo longo período de isolamento social principalmente. “O pessoal estava ansioso, me perguntando sempre sobre os Jogos, os pais também. Então, acho que os Jogos vieram com uma dose maior de adrenalina e alegria. É a chance de ver técnicos de outras cidades, trocar experiência, ter uma integração, além da rivalidade de competir e representar sua cidade, damos nosso máximo. No final, sentimos satisfação, porque fez muita falta”.

Os torneios on-line de xadrez são fundamentais na preparação de enxadristas, especialmente na fase escolar, e se multiplicaram durante a pandemia. Mas para Erik Shikasho, do Colégio Elite Mace, da capital, nada se compara a sentir a textura do tabuleiro e das peças, de olhar para o relógio e da tensão frente a frente com o adversário numa mesa.

“Que bom que os Jogos voltaram. A gente que mora em Mato Grosso do Sul se sente privilegiado, temos um grande índice de vacinação e isso proporcionou a realização”, relata o atleta de 13 anos, que encerrou sua participação nesta faixa etária dos Jogos com a medalha de ouro nos ritmos clássico e blitz, ajudando Campo Grande a terminar em primeiro na classificação geral.