Além do exames os cerca de 77 detentos feridos, devem ir, nos próximos dias à delegacia registrar o boletim de ocorrência sobre a ação dos militares

Presos feridos em confronto com o Choque passarão por corpo de delito

Membros da Comissão de Direitos Humanos da Subseção da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) em Dourados estiveram novamente, nesta sexta-feira (20), na PED (Penitenciária Estadual de Dourados), onde detentos foram feridos após o confronto com o Batalhão de Choque da Polícia Militar, na última quarta-feira (18).

Além de apuradas a proporção de presos que foram feridos, os oito advogados da comissão cobraram medidas urgentes da administração da unidade, quanto aos responsáveis pelo ocorrido e também irão viabilizar o procedimento formal da denúncia.

De acordo com o presidente da comissão, Osmar Blanco, cerca de 77 detentos foram feridos. Todos devem ir, nos próximos dias, à delegacia registrar o boletim de ocorrência sobre a ação dos militares e também passar por exame de corpo de delito.

Ou então, oficiais da própria polícia irão até a penitenciaria realizar os procedimentos.“O exame vai delimitar o tipo de lesão que cada um deles teve – seja por tiros de borracha, mordidas de cachorros, batidas-, e juntar isso ao inquérito que vai ser encaminhado as instâncias competentes”, comentou.

Todos os presos agredidos são dos lados “A e B” do “raio 2” da unidade prisional. Além do diretor do presídio, serão oficiados sobre o caso a Agepen, juiz da 3ª Vara de Justiça de Dourados, promotor de justiça do município, comandante geral da Polícia Militar e o Secretário de Segurança do Estado.

“Para que a partir disso as responsáveis pelas agressões sejam averiguados e responsabilizados”, acrescenta.

O confronto - A tensão ocorreu quando cerca de 100 agentes do Choque entraram em confronto com os detentos, na última quarta-feira (18). Durante o princípio de motim, os presos teriam montado barricada de concreto, usado facas artesanais e atirado pedras contra policiais.

Os presos ficaram feridos, com cortes na cabeça e nos braços, marcas de cassetete nas costas e ferimentos por balas de borracha. O caso também foi denunciado na manhã da última quinta-feira (19) ao Ministério Público pela mãe de um dos internos. 

“Todos nós somos seres humanos e eles, mesmo presos, não devem ter os seus diretos violados e sim respeitados. Não é só porque já cumprem pena, mas porque esse tipo de agressão não deve ser aplicada a ninguém”, finalizou Blanco.

Após o ocorrido, em nota, a Sejusp informou que todos os presos feridos receberam atendimento médico necessário. “Toda a situação ocorreu dentro da normalidade”, segundo a secretaria.