De 13 mandados judiciais para Mato Grosso do Sul, 9 foram cumpridos em unidades prisionais

 Presídios de MS viram ‘escritórios do PCC’ e Agepen promete mais rigidez após operação

A Operação Echelon, deflagrada pela Polícia Civil de São Paulo nesta quinta-feira (14), expôs a atuação de membros do PCC (Primeiro Comando da Capital), que transformam unidades prisionais de Mato Grosso do Sul em verdadeiros ‘escritórios’ da facção criminosa. Dos 13 mandados judiciais emitidos para MS, 9 foram cumpridos em presídios da Agepen (Agência de Administração do Sistema Penitenciário de Mato Grosso do Sul).

O órgão, ligado à Sejusp (Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública de MS), admite que a entrada de celulares nas unidades prisionais e a incapacidade da Agepen de bloquear o sinal telefônico nos presídios são os principais problemas. Em nota, afirmou que medidas estão em andamento para tornar mais rígido o controle.

Constantemente aparelhos celulares, carregadores e fones são apreendidos nas batidas realizadas dentro dos estabelecimentos penais em todo Mato Grosso do Sul. Mas, a situação está tão fora de controle, que em abril deste ano, na PED (Penitenciária Estadual de Dourados), presos chegaram a protestar contra o pente-fino na instituição.

Na época, a tentativa de localizar celulares causou protestos de presos em outros estabelecimentos penais de Campo Grande, Três Lagoas, Dois Irmãos Buriti e até o início de um motim em Corumbá. Há relatos de que, quando outras forças, como unidades da Polícia Militar, realizam essas batidas, alguns pavilhões são ‘poupados’. Seriam geralmente, os dominados por facções como o PCC.

Com a Operação Echelon, a Polícia Civil de São Paulo e o Gaeco do Ministério Público paulista escancaram a falta de controle em Mato Grosso do Sul e ineficiência das prisões para tirar os membros do PCC da ativa. Na verdade, presos ganham segurança, tempo, assistência médica e alimentação. Tudo bancado com dinheiro dos impostos de quem trabalha.

Scanner corporal e bloqueio ‘efetivo’ de telefones

No Estado foram cumpridos 13 mandados, sendo que nove foram cumpridos dentro de presídios, em Campo Grande, Naviraí e Dourados. Em nota a Agepen afirmou que além do procedimento administrativo disciplinar aberto para apurar as circunstâncias, a aquisição de aparelhos de scanner corporal será adquirido pelo Estado com recursos do Fundo Penitenciário Nacional e que se espera, apenas, a tramitação burocrática.

Ainda de acordo com a nota, a segurança pública do Estado está em conversas com empresas de telefonia para a indicação de uma tecnologia efetiva para a realização do bloqueio efetivo de telefones e também internet.

Transferências constantes de presos identificados como lideranças dentro da facção também são feitas na tentativa de desarticular o grupo.