Animal será levado ao Cras em Campo Grande para exames e avaliação veterinária.

Por “proteção”, Governo decide isolar área para onça-pintada que matou caseiro em MS
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A onça-pintada que atacou e matou o caseiro Jorge Ávila, de 60 anos, em uma pousada rural na região conhecida como Touro Morto, às margens do Rio Aquidauana será levada nesta quinta-feira (24/4) para o Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras), em Campo Grande. O animal, capturado pela Polícia Militar Ambiental (PMA) durante a madrugada, será mantido em isolamento e passará por uma série de exames e avaliação veterinária.

Segundo o Corpo de Bombeiros do estado, a área onde o felino ficará será restrita, com acesso proibido a pessoas não autorizadas. A medida visa garantir o manejo adequado do animal e a sua proteção, uma vez que o macho, de aproximadamente 94 quilos, demonstrava sinais de desnutrição, o que pode ter contribuído para o ataque.

“Vamos levar esse animal para o centro de reabilitação e tentar entender o que aconteceu. Dá para ver que o animal está bem magro”, explicou o pesquisador Gedienson Araújo, integrante da equipe responsável pela captura.

No momento da apreensão, a onça foi monitorada com dispositivos de frequência cardíaca e temperatura corporal. A operação de transporte e acompanhamento do felino envolve sete pessoas, incluindo quatro policiais ambientais, dois guias e um pesquisador.

Restos mortais de Jorge Ávila foram encontrados na manhã de terça-feira (22/4), em um capão de mato próximo à propriedade onde trabalhava. Jorginho, como era conhecido na região, era figura bastante querida na comunidade local.

Além da tragédia, o Instituto Homem Pantaneiro (IHP) relembrou um alerta feito há cinco anos sobre a prática de “ceva” — o hábito de alimentar felinos para atrair os animais. Segundo especialistas, esse tipo de interferência altera o comportamento natural das onças e pode tornar os encontros com humanos mais frequentes e perigosos.