Por pressão, pediatras mudam calendário de vacinação de pacientes
Vacinação: 87% dos médicos americanos aceitam os pedidos dos pais dos pacientes, embora pensem que seja pior para a criança / Foto: Foto: Joe Raedle

Um novo estudo revelou que os pais podem estar colocando a saúde de seus filhos em risco, ao pedir para o médico não aplicar mais de duas vacinas por vez na criança. De acordo com um levantamento publicado nesta segunda-feira no periódico Pediatrics, 93% dos pediatras americanos já ouviram essa solicitação.

O Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) americano recomenda que as crianças recebam até catorze vacinas, aplicadas em 26 injeções, antes dos dois anos de idade. A cada visita ao pediatra, a criança toma, em média, cinco doses.

Para evitar conflito e manter o paciente, os médicos acabam cedendo às decisões dos pais. "Pela necessidade de construir confiança com as famílias, o profissional se dispõe a comprometer o cronograma da vacinação", diz Allison Kempe, professora da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos.

Estudo - Os pesquisadores perguntaram a 500 pediatras americanos sobre a rotina de vacinação de seus pacientes. Descobriam que 93% dos médicos ouviram pedidos para mudar o calendário de vacinação das crianças. Deles, 87% aceitaram fazer as mudanças, embora 84% pensem que as crianças sofram ao tomar mais injeções.

Os motivos que os pais alegam aos pediatras são vários: complicações de curto a longo prazo, crença de que o filho não terá a doença prevenida pela vacina e medo que a vacina desencadeie autismo na criança.

Os autores concluíram que outros estudos precisam ser feitos para mostrar o quanto a falta de vacina é perigosa para a saúde da criança. Assim, quem sabe, os pais autorizem o protocolo adequado do calendário de imunização.