Mesmo com tiro na nuca da vítima, defesa derruba agravante de ter matado ‘sem chance de defesa’.

Policial que matou em festa onde fazia bico vai a júri por homicídio simples

O policial militar Gesus Fernandes de Oliveira, acusado de matar Luiz da Silva Souza Júnior, no dia 10 de junho de 2017, com um tiro na nuca, vai a júri popular ainda sem data marcada pela Justiça. Ele fazia bico de segurança em uma festa, na Chácara da República, em Campo Grande, local onde ocorreu a morte do adolescente.

Mesmo com um tiro desferido pelas costas acertando Luiz na nuca, a defesa do militar conseguiu derrubar a qualificadora de “recurso que dificultou a defesa da vítima”, já que o rapaz estava de costas quando foi feito o disparo.

Na última sexta-feira (12), a Justiça determinou que o policial vá a júri popular, mas sem as qualificadoras sendo julgado, apenas, por homicídio simples. A data para o júri ainda não foi determinada. Em audiência em maio deste ano, Gesus negou que estava fazendo bico de segurança no local.

Ainda durante a audiência, o militar contou que atirou para se defender já que o adolescente parecia estar armado.

Relembre o caso
No dia do fato, testemunhas afirmam que após uma confusão, ouviram um disparo dentro da casa de show e um do lado de fora, quando encontraram o corpo de Juninho caído no chão. As testemunhas afirmam que Luiz Junior não estava armado, como alega a defesa do policial.

A irmã da vítima, Yndrid Luíza atesta que Juninho não tinha o costume de andar armado e que saiu escondido no dia do crime. “Minha mãe não deixava ele sair muito, então ele saiu escondido nesse dia”, conta. “Só lembro quando os amigos dele bateram na nossa porta dizendo que meu irmão foi baleado”, fala a irmã. Testemunhas contam que o adolescente foi baleado na nuca e depois, Gesus teria saído do local em um carro preto. A vítima morreu antes da chegada do socorro.