Segundo a denúncia, os três policiais sequestraram dois bolivianos em Corumbá e os ameaçaram com armas de fogo.
O Ministério Público Federal (MPF) denunciou os três policiais militares, dois da ativa e um reformado, pelos crimes de associação criminosa, sequestro e migração ilegal mediante o uso de violência contra dois bolivianos. Os três foram alvo da Operação Refúgio, deflagrada pela Polícia Federal, em 18 de março, em Corumbá, região do Pantanal, e continuam detidos.
De acordo com o MPF, em agosto de 2019, os policiais sequestraram os bolivianos, um deles solicitante de reconhecimento da condição de refugiado no Brasil, em frente a um restaurante em Corumbá. As duas vítimas foram forçadas a entrarem em um dos veículos sendo ameaçadas com armas de fogo.
Segundo as investigações, a operação foi acompanhada por dois policiais bolivianos, que seguiam em outro carro.
Ao aproximarem-se do posto da fronteira, uma das vítimas conseguiu sair do veículo e correu em direção ao posto da Receita Federal pedindo socorro, informando que era refugiado e que havia sido sequestrado. Os três homens foram até o local, identificaram-se como policiais e tiveram ajuda de um PM para recapturar a vítima, que foi recolocada no carro.
As duas vítimas foram entregues no posto policial de Puerto Quijarro, na Bolívia. Uma delas prestou depoimento e foi liberada, enquanto o outra foi conduzida à cidade boliviana de Santa Cruz de la Sierra.
Para o MPF, “a atuação conjunta dos policiais militares brasileiros e policiais bolivianos usurparam a autoridade das decisões em medida de cooperação internacional nos casos de extradição ou medida de retirada compulsória”.
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