Em 1 ano, operação ambiental detectou 4,1 mil hectares desmatados sem licença em todo estado.

Polícia multa 46 pessoas em R$ 1,1 milhão por desmatamento ilegal

Em um ano, a Operação Cachorro Vinagre, deflagrada pelo MP-MS, localizou 4,1 mil hectares de desmatamentos ilegais em Mato Grosso do Sul, e multou 46 pessoas em R$ 1,1 milhão, que responderão por crime ambiental.  As ações tem parceria da PMA (Polícia Militar Ambiental). 

As ações começaram em agosto de 2016, no meio do Nugeo (Núcleo de Geoprocessamento) do MP-MS. Foi um ano de investigações, envolvendo equipes das 25 subunidades da PMA, com o desafio de fazer um levantamento das áreas de desmatamentos irregulares em todo o território sul-matogrossense.

Para tanto, foram utilizadas imagens de satélites fornecidas pelo Nugeo e realizados cruzamentos de dados com informações dos licenciamentos emitidos pelos órgãos ambientais.

Os desmatamentos foram detectados em todas as regiões do estado, alguns mais recentes, quando a prática ainda estava em fase inicial, e outras mais antigas, quando a áreas já haviam sido “cobertas” com pastagem e lavouras. Foram detectados grandes, médios e pequenos desmatamentos. 

Além das multas, que chegaram a exatos R$ 1.183.205, os infratores respondem por crimes ambientais, cuja pena varia de 6 meses a 1 ano de prisão, e devem apresentar Prada (Planos de Recuperação de Áreas Degradadas e Alteradas), junto ao órgão ambiental estadual.

Os autos de infrações foram encaminhados para o MPE, que vai avaliar a necessidade de impetração de ação civil pública para reparação de danos ambientais.

Outros crimes – Durante a operação, as equipes flagraram outras práticas criminosas nas propriedades. Em um desmatamento de 40 hectares, no município de Ribas do Rio Pardo, por exemplo, foram apreendidos 7.200 postes e estacas para cerca provenientes de exploração ilegal de madeira.

Altos índices - Mato Grosso do Sul é o oitavo estado brasileiro com maiores áreas de Mata Atlântica desmatadas entre 2015 e 2016, de acordo com levantamento da ONG (Organização Não Governamental) SOS Mata Atlântica, divulgado no mês de maio.

No estado, o bioma está localizado principalmente na Serra da Bodoquena, na planície do Rio Paraná e em fragmentos isolados no interior de diversas áreas indígenas na região sudeste.

Foram removidos, entre 2015 e 2016, 265 hectares de árvores desse bioma, aumento de 1% em relação ao levantamento anterior, quando foram 263 hectares desmatados. 

O maior registro de remoção das árvores desse bioma em Mato Grosso do Sul foi entre 1995 e 2000, quando o estado perdeu 18.256 hectares da vegetação nativa. Em 2016, conforme o levantamento da organização, restaram 706.841 hectares de Mata Atlântica no estado.

Os dados indicam a remoção de 29.075 hectares ou 290 quilômetros quadrados nos 17 estados onde o bioma está presente, representando um aumento de 57,7% em relação ao período anterior.