Polícia investiga ameaça via WhatsApp de jovem morto em 'trisal' por ciúmes

Polícia investiga ameaça via WhatsApp de jovem morto em
Última mensagem em print mostra 'pivô' insinuando que poderia ser pior dia da vida do casal / Foto: Reprodução

A Polícia Civil está investigando conversas via WhatsApp entre os jovens Bruno Vieira, de 23 anos, Luiz Felipe Galdino, de 25, e uma mulher, de 20, que formavam um 'trisal' em Santos, no litoral de São Paulo. Por conta de uma crise de ciúmes, Galdino matou Bruno a facadas na frente da mulher. Em conversas obtidas pela mãe da vítima, Creusa Botelho, a jovem diz que, caso eles se encontrassem novamente, o encontro poderia ser o pior dia da vida de ambos.

O homicídio aconteceu na madrugada de quarta-feira (3), no bairro Castelo, na casa onde os três moravam.

Segundo a Polícia Civil, Luiz Felipe assassinou Bruno após a mulher terminar a relação para ficar apenas com Bruno. Ouvida pela delegada, a jovem confirmou que se relacionava com os dois rapazes ao mesmo tempo, inclusive, no mesmo apartamento. Luiz Felipe confessou ter cometido o crime foi preso por homicídio.

Bruno havia abandonado mulher há dois dias
 
Na manhã desta quarta-feira (11), em entrevista ao G1, a mãe de Bruno disse que teve acesso a algumas conversas do filho que estavam salvas no computador do estabelecimento onde ele trabalhava, já que o celular ainda não foi entregue à família e segue desaparecido. Algumas mensagens, que foram entregues à polícia, acabaram chamando a atenção de Creusa.
 
Na conversa, a jovem 'pivô' do crime pergunta para Bruno se ele quer vê-la e ele responde que sim. Em seguida, a mulher responde 'E se você soubesse que eu posso transformar hoje no pior dia das nossas vidas. Você ia querer ainda? [sic]'.
 
No dia do crime, Bruno estava em casa quando recebeu mensagens da mulher e saiu para encontrá-la. No encontro, foi surpreendido por Luiz Felipe.

"Não sabemos quando foi essa conversa, se foi no dia do crime ou antes, mas o fato é que ela não é testemunha do caso. Ela sabia de tudo. O Dida (como é chamado Luiz Felipe) falava pra ela que ia matar o meu filho. Ele mesmo disse pra mãe dele isso", disse. O G1 tentou contato com a garota mas, uma pessoa que preferiu não se identificar, afirmou que ela não falaria sobre o caso.
Em um print de outra conversa, dessa vez entre Bruno e o autor do crime, Luiz Felipe afirma que terminou com a mulher pois não aguentava mais ouvir que 'transar com Bruno era mais gostoso'. "Não consigo ficar tentando transar sem nenhuma resposta", escreveu em mensagem.
 
Em uma postagem em uma rede social, a mãe de Bruno já havia acusado a mulher de participação na morte do filho. Segundo ela, Luiz Felipe, após ser preso, conversou com familiares e disse que não entendia a surpresa, já que ele sempre avisou para ela que mataria o Bruno. "Ele ainda disse que sabia que não ficaria muito tempo ali", acrescentou.

Para a assistente de Recursos Humanos, os dias têm sido difíceis sem o filho.

"Me tiraram um menino carinhoso, companheiro. Ele era extremamente carinhoso comigo, me tiraram tudo isso", lamenta a mãe.

A Polícia Civil informou, também nesta quinta-feira, que o caso já foi entregue para a Vara Criminal que ficará responsável pelo homicídio. As mensagens deverão ser anexadas ao processo e, segundo a polícia, poderão ajudar na investigação.

Homicídio
 
Segundo relatou a jovem aos policiais, Luiz Felipe teria esfaqueado Bruno três vezes no abdômen por não se conformar com a separação.

Acionada ao local do crime, a Polícia Militar apreendeu a faca e encontrou uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) já socorrendo Bruno. O rapaz foi encaminhado a Santa Casa de Santos, mas não resistiu e veio a óbito.

A jovem estava com Bruno e o acompanhou ao hospital. Momentos depois, Luiz Felipe voltou ao local do crime e confessou aos policiais ter esfaqueado Bruno. Ele foi autuado em flagrante e encaminhado para Cadeia Pública da cidade.
 
De acordo com a Polícia Civil, foram solicitados exames junto ao Instituto de Criminalística (IC) e ao Instituto Médico Legal (IML). O caso foi registrado como homicídio simples na Central de Polícia Judiciária (CPJ) de Santos.